Uma manifestação organizada por centrais sindicais e organizações não-governamentais reuniu cerca de 300 pessoas em frente à sede da Agência Nacional do Petróleo (ANP) contra a 9ª Rodada de Leilão de Petróleo e Gás, marcada para os dias 27 e 28.
Segundo o coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ), Abílio Tozini, a autorização para que empresas privadas e estrangeiras possam explorar o petróleo nacional pode prejudicar a economia do país.
O sindicalista denunciou que que mais da metade das áreas com potencial para a exploração de petróleo e gás no país já é controlada por empresas estrangeiras. Essa situação, segundo ele, no futuro pode fazer com que o Brasil seja obrigado a comprar o petróleo nacional pelo preço do mercado internacional, que é superior ao fixado pelo governo brasileiro.
"Se todas essas áreas derem o mesmo resultado positivo em produzir petróleo e gás, as multinacionais vão exportar petróleo, e se o Brasil quiser comprar o petróleo dele mesmo, vai ter que pagar o preço do mercado internacional. Se as nossas indústrias, se o nosso transporte tiver que pagar pela gasolina, pelo diesel, ao preço do mercado internacional, todas as mercadorias vão encarecer", alertou Tozini.
Quarta-feira (21), os líderes da campanha da nacionalização das áreas petrolíferas encaminharam ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um abaixo-assinado onde quase 150 pessoas e entidades sindicais e sociais defendem que as reservas fiquem sob o controle do Estado brasileiro.
A ANP não quis se pronunciar sobre as manifestações.
(Por Flávia Martin,
Agência Brasil, 22/11/2007)