A China espera que a reunião internacional sobre clima de dezembro, em Bali, se dedique a promover a redução das emissões de gases do efeito estufa em países ricos e o desenvolvimento de tecnologias "limpas" nos países pobres, disse um funcionário nesta quinta-feira (22/11).
A China, com seu crescente número de carros, usinas e fábricas, é o maior emissor mundial de dióxido de carbono, o principal dos gases responsáveis pelo aquecimento global. No mês que vem, os países da ONU - Organização das Nações Unidas começam a discutir em Bali (Indonésia) um novo tratado climático para suceder ao Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.
Os Estados Unidos se retiraram do Protocolo de Kyoto por entender que ele prejudica sua economia e é injusto ao isentar os países em desenvolvimento das metas de redução dos poluentes. Muitos políticos ocidentais acham que a China deveria definir limites para suas emissões de carbono - o que o Protocolo de Kyoto não a obriga a fazer.
Mas Song Dong, funcionário do setor da chancelaria responsável pelos preparativos para Bali, disse que as negociações devem se voltar para as responsabilidades dos países desenvolvidos, e não da China. "Agora acho que a tarefa mais crucial é completar as negociações para as reduções de emissões por países desenvolvidos após 2012", disse Song em entrevista coletiva.
Ele defendeu também que os países ricos transfiram tecnologia que permita a redução de emissões para países em desenvolvimento. Liu Jianchan, porta-voz da chancelaria, reiterou a posição chinesa de que os países em desenvolvimento não devem ser obrigados a aceitar limites para suas emissões.
"O princípio crítico é que os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento devem ter responsabilidades comuns, mas diferenciadas", disse Liu a jornalistas. "Não acreditamos que os países desenvolvidos devam impor objetivos compulsórios sobre os países em desenvolvimento." A contribuição chinesa para as emissões globais de carbono deve crescer de um quinto do total, atualmente, para um quarto até 2030. Mas suas emissões per capita devem continuar sendo inferiores à metade das emissões dos norte-americanos, disse neste mês a Agência Internacional de Energia.
(Globo Online,
Ambiente Brasil, 23/11/2007)