O ministro do Meio Ambiente britânico, Hilary Benn, informou nesta quinta-feira (23/11) sobre um "provável" vazamento do vírus da febre aftosa em um laboratório relacionado com o foco da doença registrado na Inglaterra em agosto. Em declaração, Benn disse que o possível vazamento foi detectado na semana passada no laboratório de Pirbright, em Surrey (sul da Inglaterra), compartilhado pela farmacêutica Merial e o Instituto de Saúde Animal (IAH).
O vazamento aconteceu por erro em uma válvula de um encanamento conectada a uma centrífuga e alcançou o sistema de drenagem das instalações, afirmou o ministro. No entanto, os pesquisadores "têm certeza que o vírus não se estendeu ao meio ambiente", ressaltou Benn, acrescentando que foram realizadas tarefas de desinfecção.
O laboratório fica próximo a várias fazendas afetadas pelo foco da febre aftosa em Surrey em agosto. Em setembro, as autoridades divulgaram dois relatórios, um da Comissão de Saúde e Segurança (HSE) e outro do professor Brian Spratt do Imperial College sobre a possível origem do foco da doença.
Segundo os documentos, o foco foi provavelmente causado por uma mistura de fatores, entre eles as inundações sofridas pelo país e o mal estado dos encanamentos do laboratório de Pirbright. No entanto, os pesquisadores não puderam ter certeza se a origem do foco, que causou perdas de vários milhões de libras ao setor de criação de gado, estava relacionada com a farmacêutica Merial e o Instituto de Saúde Animal.
A febre aftosa é uma doença virótica muito contagiosa que afeta porcos, ovelhas e principalmente as vacas, e cujos sintomas são úlceras no focinho, mamas, tubo digestivo e patas dos animais. Em 2001, o Reino Unido sofreu uma epizootia de febre aftosa que provocou estragos no país, ao obrigar o sacrifício de entre 6,5 e 10 milhões de cabeças de gado e gerar prejuízo de cerca de 12,5 bilhões de euros.
(JB online,
Ambiente Brasil, 23/11/2007)