Produto foi encontrado pelo Greenpeace em dois supermercados da capital chinesa, revelando a frouxidão do governo americano no controle da exportação de produtos com ingredientes geneticamente modificados. Apesar de não ter autorização para ser exportado e muito menos vendido fora dos Estados Unidos, o arroz LL601 da Bayer foi encontrado pelo Greenpeace à venda em dois supermercados de Pequim, na China. O caso revela a fragilidade do controle de exportação de produtos com ingredientes transgênicos por parte do governo americano.
"Sem dúvida o governo americano está no limite da responsabilidade ao permitir a exportação de produtos contaminados pelo arroz transgênico não-autorizado", afirma Weizhen Huang, da campanha de Alimentos e Agricultura do Greenpeace China. "Também pedimos às autoridades chinesas que reforcem suas medidas de biossegurança para evitar que a contaminação transgênica ocorra novamente."
O Greenpeace coletou 10 amostras de arroz americano de dois supermercados em Pequim, em agosto e setembro. Após testes realizados em um laboratório independente, ficou comprovado que amostras do arroz Mahatma continha o arroz transgênico LL601, resistente a herbicida. As autoridades chinesas não aprovaram o LL601 ou qualquer outro arroz transgênico para importação ou venda comercial no país.
O arroz LL601, da Bayer, foi aprovado para cultivo comercial nos Estados Unidos em 2006, depois de ter contaminado produtos americanos a base de arroz. Atualmente, os Estados Unidos são o único país no mundo que permite o plantio comercial e a venda de arroz transgênico.
O arroz LL601 contaminou as exportações americanas de alimentos para pelo menos 32 países, incluindo a China, que não aprovou a importação desse produto. Estima-se que a contaminação causada pelo arroz LL601 custou mais de US$ 1 bilhão aos agricultores e à indústria de alimentos. Confira aqui os detalhes desse caso.
O arroz é o alimento básico mais consumido no mundo, chegando à mesa de cerca de 2,5 bilhões de pessoas todos os dias, e pesquisas mostram que os consumidores chineses são contra o arroz transgênico. Segundo pesquisa encomendada pelo Greenpeace à IPSOS, 77% dos entrevistados afirmaram preferir arroz comum ao transgênico.
(Envolverde/Greenpeace, 22/11/2007)