A confirmação do potencial do campo de petróleo de Tupi, na bacia de Santos, mudará o perfil energético do Brasil mas não deve ter impacto sobre as emissões brasileiras nas próximas décadas. A avaliação é do presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Maurício Tolmasquim.
"O aumento do óleo vai para a exportação se for preciso", afirmou Tolmasquim, afastando temores de que o petróleo adicional torne o Brasil um poluidor maior.
As emissões brasileiras de gás carbônico (o principal gás de efeito estufa) cresceram 45% entre 1994 e 2005, como mostrou a Folha na segunda-feira. O crescimento anual nesse período foi de 3,4%, acima do PIB.
Esse crescimento é atribuído sobretudo à entrada de termelétricas na matriz energética nacional e ao aumento na frota de automóveis, segundo a empresa Economia & Energia, que calculou o balanço de carbono a pedido do Ministério da Ciência e Tecnologia.
Tolmasquim disse que a matriz energética em 2030 não ficará mais suja por causa da expectativa de aumento da geração por usinas a álcool, que praticamente não emitem gás carbônico. "A expansão do etanol é irreversível", afirmou.
(Claudio Angelo,
Folha de São Paulo, 22/11/2007)