A ONU aprovou nesta semana uma nova resolução sobre o futuro da região afetada pelo acidente nuclear de Chernobyl, dizendo que a organização precisa se concentrar nos próximos dez anos em esforços para permitir a “recuperação e o desenvolvimento sustentável” da área. Segundo a ONU, o objetivo é propiciar, até 2016, o “retorno à normalidade” das comunidades em Belarus, Rússia e Ucrânia afetadas pelo pior acidente nuclear da história, ocorrido em 1986.
Apesar de destacar os desafios que a região continua enfrentando, a resolução estabelece que, a partir de agora, os esforços da ONU devem ser concentrar na criação de empregos, promoção de investimentos e desenvolvimento das comunidades. Até agora, o foco estava no atendimento às vítimas.
“Ao trabalhar em conjunto com os três governos nacionais, nosso objetivo é assegurar que, no final da terceira década do acidente, a região volte ao normal e supere enfim o estigma associado ao acidente”, declarou Kemal Dervis, Coordenador de Cooperação Internacional para Chernobyl e administrador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
SharapovaMais de 300 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas devido ao acidente, em que uma usina nuclear ucraniana explodiu. Dados da Organização Mundial de Saúde indicam que nove mil pessoas morreram pelo vazamento radioativo.
A resolução da ONU se segue a um relatório recente do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em que ele disse que “o retorno à vida normal é uma perspectiva realista para a maioria dos moradores das regiões afetadas pelo acidente”. Segundo a organização, houve um progresso significativo em transformar as áreas ao redor do reator de Chernobyl em locais seguros e que não apresentam riscos ao meio ambiente.
De acordo com a nova resolução, esta tarefa deve ser completada com sucesso e Ban Ki-moon deve apresentar em 2010 um relatório avaliando esse processo. Em fevereiro, a tenista russa Maria Sharapova foi indicada como “embaixadora” da causa pelo Pnud, para liderar o esforço para mudar a imagem, aumentar a auto-estima e reforçar a mensagem de recuperação da região. Antes da votação da resolução, Cihan Sultanoglu, coordenador do Pnud, afirmou que “tratar os residentes como vítimas durante os vinte anos criou uma cultura de apatia”.
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BBC, 22/11/2007)