As usinas nucleares que vierem a ser construídas no Brasil após Angra 3 irão a leilão. Essa é a perspectiva que está sendo trabalhada pela Eletronuclear, estatal que responde pela operação da Central Nuclear Álvaro Alberto, onde estão as usinas de Angra 1 e 2, no município fluminense de Angra dos Reis.
A informação foi dada nesta quarta-feira (21/11) pelo presidente de Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva. Ele encerrou o 1º Workshop sobre Geração Nuclear e a Matriz Energética Brasileira, promovido pela Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan).
Silva afirmou que já há consenso no sentido de que a primeira central será construída no Nordeste, e que o estado para instalação será selecionado em 2008. Ele disse que é uma tendência natural que as novas usinas fiquem na região, e que razões econômicas favorecem a escolha. “É o local do país em que o potencial hidrelétrico se esgota mais cedo, e a gente está muito próximo do sistema integrado, quer dizer, não vai investir muito em linhas de transmissão”, disse.
O presidente da Eletronuclear acrescentou que a central nuclear do Nordeste será construída de forma a poder, no futuro, “ter até seis usinas de mil a 1,1 mil megawatts”. Isso, segundo avaliou, “dá vantagem de escala, gera atividade econômica”.
De acordo com estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Ministério de Minas e Energia, após Angra 3 está prevista a construção de duas centrais, sendo uma no Nordeste e outra no Sudeste, com um mínimo de quatro usinas e o máximo de oito usinas até 2030, lembrou Othon Luiz Pinheiro da Silva. Ele prevê para 2017 ou 2018 o início da primeira usina da central nuclear do Nordeste.
O projeto de Angra 3 está em processo de licenciamento ambiental pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que avalia se o empreendimento tem viabilidade ambiental.
(Por Alana Gandra, Agência Brasil, 21/11/2007)