Protocolo de Montreal completa 20 anos em 2007
O Núcleo de Ozônio do Ministério do Meio Ambiente promove nesta quarta e quinta, no campus do Instituto Mauá de Tecnologia, em São Caetano do Sul (SP), o seminário Uso de Refrigerantes Naturais em Sistemas de Refrigeração e Ar-Condicionado. O evento tem como intuito ampliar o debate sobre a utilização, nesses sistemas, de certos fluidos naturais em substituição aos HCFCs (hidroclorofluorcarbonos) – família de gases que foram empregados como alternativa aos CFCs (clorofluorcarbonos), mas que também prejudicam o ozônio e intensificam o efeito estufa.
O seminário – que incluirá com palestras proferidas pelo diretor do Departamento de Mudanças Climáticas do MMA, Ruy de Góes; da coordenadora do Núcleo de Ozônio do ministério, Magna Luduvice; e de especialistas do Brasil e do Exterior – servirá também para difundir tecnologias específicas para a utilização desses refrigerantes naturais.
A iniciativa é oportuna: esse ano, o mundo celebra os 20 anos do Protocolo de Montreal, tratado assinado por 191 países que se comprometeram a eliminar o uso de substâncias que destroem a camada de ozônio.
– No Brasil, os CFCs já foram banidos, e o uso de HCFCs será congelado nos patamares de 2013 – lembra Ruy de Góes em referência ao novo cronograma para a eliminação de HCFCs estabelecido durante a 19ª Reunião das Partes do Protocolo de Montreal, em setembro deste ano.
No encontro, definiu-se que o uso dos HCFCs será eliminado em 97,5 % até 2030 – com produção e consumo congelados nos patamares de 2013, a partir da média dos dados de 2009 e 2010 –, restando 2,5% para usos eventuais até 2040.
O diretor explica que, no momento, os HFCs (hidrofluorcarbonos) têm sido considerados uma boa opção para substituir os HCFCs.
– Apesar de não destruírem a camada de ozônio, porém, esses gases têm poderoso efeito estufa – explica o diretor – Diante desse fato, o governo pretende promover, como alternativas viáveis aos HCFCs, o uso de fluidos refrigerantes naturais como a amônia, o dióxido de carbono (CO 2) e os hidrocarbonetos, que não destroem a camada de ozônio e têm baixíssimo efeito estufa.
O seminário, que é aberto ao público, conta com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud); da Associação Nacional dos Profissionais em Refrigeração e Ar Condicionado (Anprac); e do Instituto Mauá de Tecnologia.
(ClicRBS, 21/11/2007)