A socióloga e Relatora Nacional de Direitos Humanos Ambientais, Marijane Lisboa, em entrevista ao programa A Hora do Povo, apresentado pelo jornalista e advogado Arimar Souza de Sá em na Rádio Rondônia FM em rede estadual, declarou que é ilusão pensar que as Usinas do Madeira, ao serem construídas, trarão algum benefício para a população de Porto Velho.
De acordo com a especialista, em estudos apresentados também por colegas de trabalho em outras regiões do país, a construção de um empreendimento como a das Usinas do Madeira, nunca trouxe progresso para a população local. “O que a gente, que está acostumado a fiscalizar essas questões vê, é uma destruição do modo de vida, milhares de pessoas expulsas de suas terras, e quando há uma melhora, é somente temporária’ destacou a socióloga.
Marijane Lisboa, que já esteve no Assentamento de Triunfo, relatou um fato que para ela, não é novidade. “Essas pessoas, foram deslocadas há 25 anos de suas terras por causa da hidrelétrica de Samuel, e até hoje não foram recompensadas. Nunca receberam nada, foram totalmente lesadas” disse a professora da PUC-SP.
Sobre a população de Santo Antônio, Lisboa disse que a população ainda não sabe o que vai acontecer com ela. “Eu vi pessoas que vieram pra cá nos anos 70 e 80 e gostam da vida que têm. Seria injusto, depois de tanto tempo essas pessoas perderem não só a terra, mas o modo de vida que levam” ressaltou Marijane.
“A minha missão é vir, ouvir e investigar, documentando tudo. No meu último dia aqui em Porto Velho terei uma reunião com o MPE, MPF e a Prefeitura. Vou denunciar tudo de errado que eu vi” finalizou Lisboa.
(Por Renata Vannier,
Rondonoticias, 17/11/2007)