O Ministério Público do Paraná (MP-PR) ofereceu denúncia à justiça contra a ex-diretora regional do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), em Ponta Grossa, Elma Nery de Lima Romanó. A denúncia inclui ainda outras 18 pessoas detidas durante a Operação Floresta Negra, realizada pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), em outubro.
A promotora Dorides Guerra Pires, da 12.ª Promotoria de Justiça de Ponta Grossa é quem assina a denúncia. De acordo com a assessoria do MP, a promotora solicitou um exame grafotécnico para saber se as assinaturas nos documentos apreendidos pela polícia são de fato de Elma. Isso porque, o advogado de Elma, Dálio Zippin Filho, sustenta que a assinatura da ex-diretora foi falsificada em documentos que autorizavam o corte ilegal de árvores.
Apesar da solicitação do exame, Elma foi denunciada porque, segundo Dorides, há indícios que ela teria se aliado a Samuel José Freitas Moura, 25, e Luiz César Santos, 49, para cometer crimes contra a administração pública, falsidade ideológica e contra o meio ambiente.
"Há indícios que os denunciados tenham se associado para obter lucros com as autorizações de corte ilegal de árvores", afirmou a promotora ao site do governo do estado. Dorides contou que o MP deve acompanhar toda ação penal.
Desde que foi presa, Elma Romanó vem recebendo apoio de diversos setores ligados ao meio ambiente. No início do mês de novembro, representantes de organizações não-governamentais (ONGs) de defesa do meio ambiente estiveram na sede do IAP manifestando apoio. Nesta semana, o Tribunal de Justiça do Paraná deve analisar o pedido de habeas-corpus (HC) impetrado pelo advogado da ex-diretora.
Por telefone, Zappin informou que a denúncia foi oferecida na última quarta-feira (14) e classificou as acusações como infundadas. "Foi ela quem denunciou os crimes ambientais", disse. "Agora vamos aguardar o julgamento do HC para que ela responda o processo em liberdade", completou. No sábado, Elma recebeu do advogado uma cópia da denúncia para estudá-la.
OperaçãoA Operação Floresta Negra foi deflagrada no dia 23 de outubro pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) em parceria com o IAP e prendeu um grupo suspeito de compra e venda de autorizações irregulares para corte e venda de araucárias - grupo este que, segundo a polícia era chefiado por Elma. Entre os presos estão madeireiros e fiscais do IAP.
Em depoimento, a ex-diretora afirmou que as denúncias pelas quais está sendo acusada foram identificadas por ela, assim que assumiu o órgão, e repassadas à Polícia Federal, Ministério Público, para a direção do IAP e para o governador Roberto Requião.
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Gazeta do Povo, 20/11/2007)