A descoberta de uma grande área petrolífera em território nacional não mudará a aposta brasileira no desenvolvimento dos biocombustíveis e de outras fontes renováveis de energia. Foi o que garantiu ontem o presidente Lula, em Blumenau.
Segundo ele, "não é porque encontramos uma grande reserva de petróleo, e posso garantir que ela é grande mesmo, que vamos abdicar do direito de continuar investindo na produção de biocombustíveis". - Esse é um compromisso do meu governo - disse Lula.
No discurso que fez para a platéia de empresários e autoridades do Brasil e da Alemanha - entre elas o ministro da Economia e Tecnologia do país europeu, Michael Glos - , Lula ainda cobrou postura semelhante das nações mais ricas e industrializadas.
Países ricos devem financiar manutenção de áreas verdes
Também sugeriu que os países ricos financiem a manutenção de áreas verdes. O presidente garantiu também que nenhuma terra da Amazônia legal será utilizada para plantar cana-de-açúcar, principal matéria-prima do etanol produzido no Brasil.
- Temos 360 milhões de hectares cultiváveis, dos quais apenas 1% são utilizados no cultivo da cana. Outros 29% são áreas de pastagens, muitas delas degradadas - salientou Lula, observando que hoje é possível produzir quatro vezes mais do que no passado em uma mesma extensão de terra.
Glos agradeceu o apoio do governo brasileiro à abertura do comércio internacional e adiantou que a visita da primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, ao Brasil, em maio de 2008, terá na pauta os biocombustíveis.
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, reforçou a importância do Encontro para a troca de tecnologia entre os dois países na área de biocombustíveis.
- Já temos parcerias nesta área. Elas podem ser aprofundadas.
O ministro lembrou também que o Congresso Nacional já aprovou um pacote de incentivos para o desenvolvimento e a produção de biocombustíveis no Brasil.
(Rodrigo Pereira,
Diário Catarinense, 20/11/2007)