Siris capturados nas águas do estuário da Lagoa dos Patos, em Pelotas, estão sendo servidos em mesas de restaurantes dos Estados Unidos. A exportação do produto é mais uma investida da Cooperativa de Pescadores Lagoa Viva, que reúne 410 dos 1,3 mil pescadores da Colônia Z-3 para expandir o mercado do pescado produzido no sul do Estado. Em outubro, a organização firmou contrato de fornecimento do crustáceo com uma empresa exportadora de Rio Grande, que abastece o mercado norte-americano. Desde então, já foram produzidos e entregues 500 quilos do produto. A expectativa dos pescadores é atingir produção média de uma tonelada por mês. 'A primavera tem sido fria, o que dificulta a captura do siri, mas, com a entrada do verão, esperamos aumentar a produtividade', explicou o presidente da cooperativa Everaldo Motta.
A temporada de captura do siri vai até abril. A produção abaixo do esperado, no entanto, tem garantido maiores lucros aos pescadores que têm comercializado cada quilo por R$ 0,90. O preço é 11% maior do que o obtido no ano passado quando o produto era entregue por R$ 0,80/Kg.
A produção de siri começou a atrair a atenção dos pescadores da Z-3 somente há dois anos, quando um primeiro contrato experimental para exportação foi firmado com uma indústria rio-grandina. Desde então, o negócio é visto como uma alternativa de renda nos períodos que antecedem a safra do camarão (realizada de fevereiro a maio). Em termos de preço, o siri tem rivalizado com espécies tradicionais como a corvina e a tainha. Na safra 2006/2007, por exemplo, cada quilo de corvina foi comprado por R$ 0,80, e a tainha não superou a casa de R$ 1,00/Kg.
Para a cooperativa como um todo, a produção de siri tem garantido um lucro extra mensal de R$ 600,00, uma vez que cada quilo é entregue por R$ 1,20 à indústria.
(Correio do Povo, 18/11/2007)