O canal privado de TV Bangla, de Bangladesh, divulgou neste domingo(18/11) que a cifra de mortos já atingiu os 3.000, devido à passagem do ciclone Sidr. A última contagem oficial aponta para cerca de 2.388 baixas, enquanto a Cruz Vermelha já fala em algo entre 5.000 e 10 mil vítimas.
A cifra de baixas têm aumentado constantemente, à medida em que as equipes de resgate chegam às zonas litorâneas afetadas. O Exército e as equipes de socorro têm encontrado dificuldades em acessar as áreas mais afetadas, no sul do país.
O ciclone Sidr foi classificado por muitos como um dos mais poderosos das últimas décadas, mas um plano de evacuação prévio e o fato de o furacão ter tocado a terra durante a maré baixa evitaram uma catástrofe ainda maior.
O Sidr arrasou tudo o que encontrou em seu caminho, com ventos de até 233 km/h, e causou uma alta das ondas em cinco metros, num país onde 60 milhões de pessoas vivem a menos de dez metros acima do nível do mar.
A Cruz Vermelha de Bangladesh calcula que 900.000 famílias precisem de ajuda, o equivalente a 7 milhões de pessoas. A Marinha já enviou toneladas de víveres e medicamento, enquanto a Força Aérea empregou seus helicópteros na distribuição de alimentos e remédios.
A União Européia, e em separado, a Alemanha, Suíça e Espanha, enviaram pelo menos 3 milhões de euros. Os Estados Unidos também prometeram auxílio financeiro e material.
Equipes de organizações internacionais e soldados se reúnem num esforço massivo para ajudar os milhares de feridos e desabrigados, mas a devastação das áreas atingidas dificulta a distribuição de arroz, água potável e barracas para a população atingida.
"Eu esperei horas para ter algo que comer. E o que eu recebi foram apenas uns poucos biscoitos. Não é suficiente", afirma Asad Ali, 45, um fazendeiro de Barguna, um dos distritos mais duramente atingidos.
Ele contou que recebeu os biscoitos de um helicóptero que soltou pacotes de comida e atraiu uma multidão faminta.
Funcionários do governo defendem os esforços já feitos e manifestam confiança de que as autoridades vão dar conta das tarefas. "Nós temos água e comida suficientes. Nós vamos superar esses problemas", afirmou Shahidul Islam, um funcionário sênior de Bagerhat. O governo afirma que reservou US$ 5,2 milhões para ajuda emergencial e reconstrução das casas.
(Folha online, 18/11/2007)