Na avaliação do diretor do Centro de Estudos das Américas (CEAs), Clóvis Brigagão, os países têm direito a desenvolver energia nuclear desde que a finalidade seja pacífica, como faz o Brasil dentro das garantias da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea).
Quinta-feira (15/11), o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, manifestou sua intenção de também desenvolver a energia nuclear, seguindo o exemplo de países vizinhos da América do Sul, como o Brasil e a Argentina.
“Se o Hugo Chávez quiser desenvolver o seu programa de energia nuclear voltado para fins pacíficos, dentro dos parâmetros e das garantias da agência internacional, é problema dele e da Venezuela. Agora, se ele pretende seguir o passo ainda muito obscuro, como é o caso da Coréia do Norte e do Irã, aí é diferente”, disse Brigadão, na 4ª Conferência do Forte de Copacabana, no Rio.
Ele atribuiu a uma conotação política à declaração, quinta (15/11), na abertura do evento, do ministro da Defesa, Nelson Jobim, de que a descoberta de uma nova jazida de petróleo e gás na Bacia de Santos pode requerer o aumento da segurança no país, com o uso de submarinos nucleares para proteger essa riqueza.
Segundo Brigadão, isso justificaria, sob o ponto de vista político, a construção desse tipo de navio. “É até uma brincadeira [do ministro], porque um submarino não dá conta de um poço de petróleo tão grande. Menos ainda um submarino de propulsão nuclear vai dar conta de guardar a nossa costa marítima, que tem 25 mil quilômetros”.
(Por Alana Gandra, Agência Brasil, 16/11/2007)