O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, e o presidente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês), Rajendra Pachauri, apresentaram no sábado (17/11) em Valência, na Espanha, uma síntese dos documentos anteriores, voltada para governos e políticos.
Em conferência de imprensa para apresentação do documento, transmitida pela internet, Ban Ki-moon cobrou soluções políticas para os problemas apresentados pelos cientistas. Segundo ele, os pesquisadores deram o primeiro passo, mostraram o caminho a seguir. Agora, os líderes políticos mundiais estão convocados a agir de maneira concreta.
"As respostas políticas são absolutamente urgentes", afirmou o secretário-geral da ONU, que em seu discurso citou a viagem recente que fez ao Brasil e à Antártida. Segundo ele, a Amazônia está sendo "sufocada" e o risco de savanização é cada dia mais real.
"Há poucos dias, pude testemunhar, com meus próprios olhos, na Antártida e na Amazônia, os efeitos das mudanças climáticas. Eu posso assegurar que uma ação global e abragente é necessária agora. Não temos tempo a perder."
Para Ban Ki-moon, foi "pertubador" ver o impacto do aquecimento global nas duas regiões visitadas. O secretário-geral da ONU disse que os países, especialmente os que estão em condições de liderar um esforço internacional, não devem apenas lançar negociações, mas também concluir as que estão em andamento para estabelecer metas de emissão de gases poluentes, como as estabelecidas no Protocolo de Kyoto.
Na avaliação de Ban Ki-moon, a Conferência das Partes sobre o Clima (COP), marcada para dezembro em Bali (Indonésia), será um espaço propício para que os governos apresentem ações nacionais e internacionais. "Sou um homem otimista. Acho que os governos tem demonstrado preocupação com esse assunto. Mas é urgente que os líderes determinem políticas e atuem para reduzir os efeitos das mudanças climáticas."
(Por Juliana Cézar Nunes, Agência Brasil, 17/11/2007)