Para amenizar o impacto da estabilização das emissões de gás carbônico sobre a economia dos países em desenvolvimento, o presidente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês), Rajendra Pachauri, propôs no sábado (17/11) que essas nações estejam autorizadas a aumentar o lançamento de gases na atmosfera num futuro imediato, desde que se comprometam em diminuí-lo mais adiante.
“Precisamos de um acordo que permita que os países em desenvolvimento continuem aumentando suas emissões em um curto espaço de tempo. Porém, em 2015, todos os países têm de começar a reduzir as emissões”, explicou.
Segundo Pachauri, as medidas de contenção do aquecimento global provocarão queda no ritmo de crescimento da economia mundial. Se adotadas de forma gradativa, essas medidas, disse Pachauri, reduzirão em 0,12 ponto percentual o aumento do Produto Interno Bruto global (soma das riquezas produzidas em todo o mundo) até 2050.
A maior parte desse custo, segundo o presidente do IPCC, terá de ser arcada pelos países desenvolvidos. De acordo com ele, isso ocorre porque eles já dispõem de condições para reduzir as emissões de gás carbônico.
Além das ações dos governos, Pachauri afirmou que o desenvolvimento de tecnologias nas próximas décadas deve facilitar a estabilização da quantidade de gases emitidos. Ele concedeu entrevista em Valência, na Espanha, após a apresentação do último relatório do IPCC com recomendações para governos e formuladores de políticas públicas sobre as medidas necessárias para conter e reduzir os efeitos das mudanças climáticas.
(Por Vinicius Konchinski, Agência Brasil, 17/11/2007)