O Acre é o Estado onde a coleta de novas espécies de plantas ocorre com maior frequência no Brasil. Nos últimos seis anos, de acordo com o Departamento de Ciências da Natureza da Universidade Federal do Acre (Ufac), foram registradas 72 espécies novas para a ciência. "Aqui, ao contrário de outras regiões, o registro de espécies não catalogadas segue tendência de crescimento", afirmou Marcos Silveira, pesquisador da Ufac, doutor em ecologia pela Universidade de Brasília (UnB).
Em outros estados, mesmo na Amazônia, o número de registros encontra-se estável ou reduzindo a cada ano.
O relatório da segunda fase do Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado mostra que o banco de dados da flora do Acre cresceu 74% no período, aumentando de 13.642 em 1999 para 23.680 em 2006. As coletas realizadas pelos botânicos brasileiros e estrangeiros que colaboram no projeto somaram cerca de oito mil coleções e esse acréscimo também representou um aumento de mais de 50% na coleção do herbário da Ufac. O herbário levou vinte anos para chegar a 15 mil amostras.
Até 1971, o Acre tinha apenas 0,2 coletas em cada 100 quilômetros quadrados e em 1991, pouco antes do estabelecimento do convênio entre a Ufac e New York Botanic Garden, esse valor era de 4,5 coletas/100 km2. Em 2001, após 10 anos de atividades desse convênio, a taxa de coleta para o Acre revelava uma média de 13 amostras/100 km2 (19.918 coletas em 153.150 km2).
Diante da intensificação dos estudos botânicos no Acre, a taxa observada no Estado hoje é de 16 coletas/100 km2, sendo as matas das regiões do Juruá e do Acre, as mais conhecidas, e as do Purus e Tarauacá-Envira, as menos conhecidas.
(
A Gazeta, 14/11/2007)