Carlos Dinon diz que Porto Mauá, atingida por dois temporais, não recebe nem promessa de auxílio
O prefeito de Porto Mauá, Carlos César Dinon, que também preside a Associação dos Municípios da Grande Santa Rosa, reclamou ontem que não recebeu até o momento nenhuma ajuda dos governos estadual e federal. Ele recordou que o município foi atingido por dois fortes temporais em 15 dias e que havia atendido somente um telefonema, nessa quinta-feira, da Casa Civil do governo do Estado para saber como estava a situação, e uma outra ligação, do secretário da Saúde Osmar Terra, que tem base eleitoral na região. 'Não ganhamos nem promessa, o que dirá esperança de auxílio', queixou-se Dinon, que está na linha de frente das equipes da prefeitura que trabalham na reconstrução da cidade.
O prefeito sugere que o governo do Estado crie urgentemente um fundo de amparo imediato aos municípios atingidos por fenômenos da natureza, no qual se inclua destinação de equipamentos e recursos financeiros. Disse que já esteve no Palácio Piratini em seis oportunidades, a última na semana passada, em busca de apoio aos municípios da região assolados pelo temporal do dia 1º de novembro. Lamentou que seja necessária uma espera de 30 dias para o reconhecimento de situação de emergência. 'Nem mesmo as imagens da destruição são suficientes para sensibilizar as autoridades', disse Carlos César Dinon, acrescentando que os prejuízos em Porto Mauá são incalculáveis.
Ontem, a prefeitura iniciou distribuição de telhas e madeira às famílias atingidas pela tempestade de terça-feira à noite. Militares de Santa Rosa e dezenas de voluntários, ajudam na avaliação e separação do que foi destruído ou pode ser aproveitado em residências atingidas em São José do Mauá e Sete de Setembro, comunidades da zona rural.
Apenas a sede de Porto Mauá tem luz. No interior, a previsão é de que a energia só retorne no final de semana. Vinte famílias estão desabrigadas. Foram contabilizadas mil edificações atingidas pelo temporal, entre casas, galpões e outras. A preocupação agora é com a elevação do rio Uruguai, que estava, às 16h de ontem, 8,60 metros acima do nível normal, devido à abertura das comportas de da usina de Itá.
(Correio do Povo, 16/11/2007)