São Leopoldo - A partir do anúncio da liberação dos R$ 4 milhões, o consórcio tem 30 dias para apresentar os planos em Brasília. ‘‘A idéia é ter recursos, ainda em 2008, para iniciar o tratamento de esgoto e construir galpões de reciclagem’’ , acredita Vanazzi. “Neste período, vamos ver todo o trabalho que pode ser feito na região, para dimensionar os valores que precisamos para cada um dos planos: estação de tratamento, coleta seletivo.”
Para o ano que vem, Zimmermann acredita na liberação de uma verba entre R$ 50 e R$ 70 milhões. ‘‘Já conversamos com a bancada gaúcha e temos compromisso em incluir estes recursos para ações de vulto, como o tratamento das águas de alguns afluentes do Sinos’’, explica o deputado. Outra proposta é incluir uma rubrica específica no Plano Plurianual, de recursos para financiar obras de recuperação e despoluição da bacia do Sinos. ‘‘As tratativas estão bem avançadas com o deputado Cláudio Vignati (PT-SC), relator do plano plurianual’’, antecipa Zimmermann. ‘‘Se conseguirmos criar esta rubrica, teremos a possibilidade de lutar para alocar mais recursos e, daqui para a frente, ir ganhando escala na disponibilização de recursos’’.
Viviane, do Comitesinos, lembra que os recursos destinados pelo Fundo Nacional “são para o planejamento, ferramentas fundamentais, mas que por si só não mudam a qualidade da água”, observa. “O que vai mudar é o tratamento de esgoto, o replantio da mata ciliar, que são condições que alteram a qualidade da água e que trazem resultados positivos quando o trabalho é correto.” A secretária lembra que os cálculos preliminares indicam que a Bacia do Sinos vai precisar de R$ 1,4 bilhão para ser recuperada. Enquanto este trabalho é realizado, ela lembra que é preciso estancar o crescimento desordenado. ‘‘Ao mesmo tempo que se investe no passivo, que é o esgoto, temos que nos preocupar com as ações futuras, como a contenção das ocupações em áreas de banhado’’, diz.
Viviane se diz otimista por natureza e lembra que o assunto teve avanços significativos, “embora não tenha chegado à qualidade da água”, argumenta. O consórcio dos municípios demonstra a união dos prefeitos para tratar o esgoto. ‘‘Isto é um ganho, mas ainda não se tem a real dimensão. Estamos num momento bom, depois de uma crise muito séria’’, finaliza.
(Jornal NH, 16/11/2007)