A Polícia Federal (PF) prendeu na região de Maringá, no Noroeste do Paraná, e de Cascavel, no Oeste, na quarta-feira (14), 11 suspeitos de envolvimento com organizações criminosas que praticavam contrabando de agrotóxico, cigarros, couro de boi, pneus e produtos eletrônicos. Os produtos eram trazidos do Paraguai e distribuídos no Brasil.
Ao todo, 350 policiais federais cumprem 76 mandados de busca e apreensão e cerca de 60 mandados de prisão temporária. A "Operação Ceres" (alusão à deusa romana da agricultura) também acontece em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e São Paulo. No Paraná, os mandados foram cumpridos em Guaíra, Nova Olímpia, Maringá, Nova Esperança, Campo Mourão, Sarandi, Umuarama, Marechal Cândido Rondon, Campina da Lagoa, Toledo e Cascavel.
Cinco pessoas, que não tiveram os nomes revelados, foram presas na região de Maringá. Os agentes da PF apreenderam 350 kg de agrotóxicos. Apenas uma pessoa foi identificada. Segundo o delegado da PF em Maringá, César Souza, os agentes prenderam José Alberto Vila em casa por volta de 7 horas no bairro Jardim Conrado, em Campo Mourão, na região Centro-Oeste do Paraná. Na residência dele e na empresa de fachada, os agentes encontraram e apreenderam uma pistola nove milímetros, um revolver calibre 38 e os 350 quilos de agrotóxico apreendidos pela PF. Vila prestou depoimento na PF e foi levado para a sede da operação que fica em Naviraí (MS), onde a investigação foi conduzida.
Na região de Cascavel foram detidas seis pessoas e recolhidos documentos e R$ 1 mil em veneno agrícola - que tem venda proibida no país. De acordo com informações da PF de Cascavel, os presos eram responsáveis por receber o agrotóxico vindo do Paraguai e pela distribuição do veneno nos estados brasileiros.
Os presos vão responder por formação de quadrilha, contrabando e crimes ambientais. Em Campina da Lagoa, também na Região Centro-Oeste do estado, agentes federais de Cascavel efetuaram a prisão de um homem que não teve a identidade revelada.
InvestigaçõesDurante a investigação apurou-se a existência de quatro organizações criminosas, sendo duas baseadas no município de Sete Quedas (MS), uma em Amambaí (MS) e a quarta em Primavera do Leste (MT). Constatou-se, ainda, a participação de três policiais militares no estado do Mato Grosso do Sul. Para o cumprimento dos mandados de busca e apreensão e prisão temporária, todos expedidos pela 1ª Vara da Justiça Federal em Naviraí (MS), as equipes receberam apoio da Polícia Militar do estado.
Em relação ao agrotóxico, trata-se de produto não submetido à licença dos órgãos responsáveis que atestam se tais defensivos agrícolas podem ser utilizados nas plantações e no solo do Brasil sem haver prejuízo ao meio ambiente e à saúde humana.
(
Gazeta do Povo, 16/11/2007)