O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou nesta quarta-feira (14/11) financiamento no valor de R$ 1,034 bilhão para a construção da Usina Hidrelétrica de Simplício, no Rio Paraíba do Sul, na divisa dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. O empréstimo corresponde a 62% do investimento total, de R$ 1,6 bilhão, e será concedido à estatal Furnas Centrais Elétricas, do grupo Eletrobras.
As obras serão realizadas pelas construtoras Norberto Odebrecht e Andrade Gutierrez, enquanto a operação e manutenção da usina de Simplício e da pequena central hidrelétrica de Anta, que será construída perto da barragem, ficarão sob a responsabilidade de Furnas. A usina terá capacidade instalada de 333,7 megawatts de energia e será a segunda maior hidrelétrica fluminense – a primeira é a Usina Nilo Peçanha, construída em 1950 no município de Piraí.
O projeto de Simplício elevará em 28% a capacidade de oferta de energia hídrica no estado e segundo o chefe do Departamento de Energia Elétrica do BNDES, Nelson Siffert, serão pequenos os impactos, para a população local, das inundações projetadas para a implantação dos reservatórios.
“A captação de água começará no município de Chiador, onde uma pequena central hidrelétrica já gera 28 megawatts. Depois de até 20 quilômetros de túneis, chega-se à casa de máquinas de Simplício, com geração de mais de 300 megawatts", explicou. A concepção do projeto, acrescentou, procurou minimizar a área alagada e gerar o menor impacto social e ambiental possível – a área alagada não supera 1,2 mil hectares.
Nelson Siffert destacou que 16% do investimento global da usina, equivalentes a R$ 264 milhões, estão sendo aplicados em medidas socioambientais: “São 28 programas implementados em decorrência das condições do licenciamento ambiental e também financiados pelo BNDES". E que a usina deverá gerar 8,8 mil empregos, dos quais 2,2 mil diretos.
A usina, que deverá entrar em operação em 2010, será integrada ao Sistema Interligado Nacional e se houver necessidade, o Operador Nacional do Sistema poderá transferir a energia para outras regiões. "A população do Rio de Janeiro passará a ter uma fonte de energia mais próxima, o que garantirá o suprimento em um eventual problema de transmissão fora do estado", lembrou Síffert.
O BNDES registra nove projetos do setor elétrico já aprovados no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal – os financiamentos somam R$ 4,2 bilhões e capacidade de geração, 2.177 megawatts. A expectativa de Síffert é de que até o final do ano a instituição aprove novo financiamento dentro do PAC, para a Usina de Estreito (SP), e que deverá superar os R$ 1,6 bilhão concedidos em agosto para a Usina Foz de Chapecó, entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
(Por Alana Gandra, Agência Brasil, 14/11/2007)