Os moradores de cinco bairros da cidade - Getúlio Vargas, Santa Tereza, Barra Nova, Mangueira e Vila das Barraquinhas - saem às ruas do Rio Grande hoje. O motivo é a retirada de cerca de mil famílias destas localidades, atingidas pela expansão portuária, por projeto previsto pela Superintendência do Porto do Rio Grande (SUPRG).O ato está sendo coordenado pelo Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) em parceria com as associações de moradores dos cinco bairros atingidos.
Segundo o coordenador do Movimento, Gilmar Ávila, a manifestação percorrerá as principais ruas do centro da cidade até a Prefeitura Municipal. As reivindicações são pela modificação no projeto de remoção do bairro Getúlio Vargas, apresentado pela Prefeitura junto à Caixa Econômica Federal (CEF), dando condições de vida conforme realidade apresentada nos levantamentos da Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social (SMCAS) e do Núcleo de Análises Urbanas (NAU) da Furg; pela isenção do pagamento de taxas e mensalidades aos moradores atingidos pela expansão; apresentação da SUPRG sobre o impacto de vizinhança; aprovação do Plano Diretor Participativo (PDP), com emendas do Conselho Gestor deste; criação do Conselho Municipal das Cidades e regularização fundiária.
A manifestação será realizada logo após reunião com as famílias atingidas, na Associação de Moradores e Amigos do Bairro Getúlio Vargas, às 9h30min. O ato conta com o apoio do Sindicato dos Portuários, Central dos movimentos Populares e Sindicato da Alimentação do Rio Grande.
ONU em Rio GrandeOutra ação prevista pelo Movimento Nacional de Luta pela Moradia é a presença da relatora nacional dos Direitos Humanos à Moradia Adequada e à Terra Urbana, da Organização das Nações Unidas (ONU), Lucia Moraes.
De acordo com Gilmar Ávila, ela estará no Município para discutir a situação do direito humano à moradia da população de baixa renda, atingida pela expansão portuária. O cronograma prevê visitação em todas as comunidades atingidas e no bairro Cidade de Águeda. "Este último bairro é temido pelos moradores atingidos, pois ninguém quer se mudar para lá. Portanto, levaremos a relatora até o local para vislumbrar tal realidade", argumenta o coordenador do MNLM.
A ONU estará no Município nos próximos dias 18 e 19. No segundo dia, a relatora participará de uma reunião com a SUPRG, Caixa, Prefeitura Municipal e Secretaria do patrimônio da União (SPU) e, às 14h, haverá audiência pública sobre o assunto no auditório do Campus Cidade da Furg.
(Por Mônica Caldeira,
Jornal Agora, 14/11/2007)