A fronteira entre Uruguaiana e Paso de los Libres, cidades unidas pelo rio Uruguai, convive com as contradições provocadas pelas legislações brasileira e argentina. Enquanto no Brasil o período do defeso tem a duração de 120 dias (1º de outubro a 31 de janeiro), na Argentina a proibição vigora por apenas 40 dias, iniciados ontem.
Ambientalistas, colônias de pescadores e integrantes de comissões binacionais lutam para padronizar as legislações que protegem a piracema – período em que os peixes se reproduzem. Na tríplice fronteira com o Paraguai, a situação não é diferente. Na área, os profissionais do setor denominam o recesso de 'fictício'. A luta é para proteger espécies valorizadas como dourado, surubi, pacu, boga e pati. O quilo do surubi em Corrientes custa o equivalente a R$ 9,50. Na vizinha Paso de los Libres quem descumprir a determinação terá a licença cassada e perderá os benefícios assistenciais. O ambientalista Juraci Luques Jacques destaca que apenas alguns metros de água podem definir o que é ou não legal ou permitido. 'Uma ironia', conclui.
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Correio do Povo, 14/11/2007)