Montes de lixo se acumulam nesta terça-feira pelas ruas da cidade mexicana de Villahermosa, capital do Estado de Tabasco, com o retorno do rio Grijalva ao seu leito depois das fortes inundações que deixaram dezenas de bairros embaixo da água. Pilhas de até quatro metros de móveis e elétrodomésticos estragados podem ser vistas pela cidade.
O lixo arrastado pela água dos rios que transbordaram somado às toneladas de produtos estragados que milhares de comerciantes jogaram nas ruas, ao retornarem aos seus estabelecimentos, deram origem à situação atual. O cheiro ruim obriga a população de Villahermosa a usar máscaras --200 mil foram distribuídas pela secretaria de Saúde, que alertou aos habitantes sobre a contaminação pelo ar. "Se não nos cobrirmos, ficaremos doentes", disse à agência de notícias Efe um policial local.
Até a segunda-feira (12) a água de cerca de 27 bairros de Villahermosa, dos 68 inundados, já haviam escoado, segundo autoridades, que afirmaram ainda que 80% da cidade havia sido afetada pelas inundações. No parque da cidade, um contingente de enfermeiras aplicaram nas últimas horas cerca de cinco mil vacinas para prevenir doenças como o tétano e a gripe.
Em ruas de Villahermosa, diariamente se acumulam 20 toneladas de lixo, segundo Evaristo Hernandéz, prefeito da cidade, de 500 mil habitantes. "Foram recolhidos aparelhos de ar-condicionado, computadores, impressoras, máquinas, telefones e colchões", disse o prefeito. O mercado José María Pino Suárez, o mais importante de Tabasco, ficou embaixo da água quando o rio Grijalva transbordou. O centro de abastecimento, a 300 metros do rio, é considerado o principal foco de infecção.
"Há um forte cheiro de carne podre, há frutas empodrecendo e animais em estado de decomposição", segundo comunicado do governo da cidade. Muitos comerciantes perderam tudo. "Perdemos mais de 750 mil pesos (cerca de R$120 mil). Não nos recuperaremos em anos", disse Noel López, vendedor de material elétrico.
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Folha Online, 13/11/2007)