Sete de cada dez uruguaios se opõem a um acordo com Argentina sobre o discordância em relação à instalação da papeleira, enquanto persistirem os bloqueios de ambientalistas nos locais de ligações entre as fronteiras, segundo uma pesquisa de opinião divulgada na segunda-feira (12/11). Cerca de 72 % rechaça um convênio enquanto durarem os protestos de ecologistas argentinos e 26% estão a favor, de acordo com a sondagem feita pela empresa Interconsult, publicada pelo jornal "Últimas Notícias".
A produção de celulose da empresa finlandesa Botnia nas margens do rio Uruguai começou suas operações no último dia 9. Os ambientalistas argentinos consideram que a papeleira causará alta contaminação na área. À pergunta sobre como está atuando o governo uruguaio frente ao conflito com a Argentina, 39% dos entrevistados responderam "fraco", 31% "firme" e 29% "pouco claro".
No entanto, diante da possibilidade de um acordo com Argentina que inclua um monitoramento conjunto da empresa de celulose, cerca de 66% dos consultados opinou que se trataria de uma "intromissão". Os governos da Argentina e do Uruguai fracassaram na tentativa de alcançar um pré-acordo por esse litígio durante a XVII Cúpula Ibero-americana do Chile, com a facilitação do diálogo que promoveu o rei Juan Carlos, da Espanha.
A Argentina não aceita dissolver os bloqueios dos ativistas argentinos, enquanto o Uruguai descarta o encerramento da produção de celulose da Botnia em Fray Bentos (310 quilômetros ao noroeste de Montevidéu). O governo argentino denunciou o Estado uruguaio à Corte Internacional de Justiça de Haya por violar o estatuto de uso do rio limítrofe e pelo impacto ambiental da indústria, acusações que são rechaçadas pelo governo uruguaio. Botnia, que gerará cerca de 300 postos de trabalho diretos, tem um investimento de 1,2 bilhões de dólares, um dos maiores no Uruguai.+
(Argenpress,
Adital, 13/11/2007)