O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Luciano Coutinho, informou nesta terça-feira (13/11) que já está agendada uma reunião de trabalho com a diretoria da Petrobras, ao lembrar que a instituição já financia operações como todo o sistema de gasodutos, a construção de navios e plataformas para exploração de petróleo em alto mar, além do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
A reunião deverá tratar da possibilidade de financiamento para a exploração do novo campo de Tupi, na Bacia de Santos (SP). "Agora, nós teremos o desafio de examinar quais serão os requisitos adicionais necessários à exploração possível no futuro desse novo potencial", indicou Coutinho, após almoço na Associação Comercial do Rio de Janeiro.
Ele também elogiou a decisão do Conselho Nacional de Política Energética de retirar, do próximo leilão para exploração de petróleo e gás, os blocos vizinhos à nova descoberta. O leilão está programado para o final deste mês.
Coutinho destacou ainda o financiamento, na área de exploração, de toda a parte de engenharia do campo de Marlim, na Bacia de Campos (RJ), ao reconhecer que a atividade exploratória no campo de Tupi será cara: “Mas com o barril de petróleo a US$ 100, começa a ser viabilizada a exploração em águas ultraprofundas. E a Petrobras é uma das poucas empresas no mundo com capacidade e competência para extrair petróleo nessa profundidade”.
Concentrado entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo, o campo de Tupi poderá apresentar um potencial capaz de quadruplicar o tamanho das reservas brasileiras, hoje em 14 bilhões de barris de petróleo, estimou o presidente do BNDES, para quem o potencial de toda a província petrolífera pode alcançar até 70 bilhões de barris.
“É uma riqueza de grande expressão e que não pode ser pensada da forma como as nossas reservas de petróleo vinham sendo pensadas até agora. Porque ela é tão grande e é patrimônio da nação brasileira, deve ser pensada como fazem os países petroleiros, como uma riqueza que tem uma expressão intertemporal, intergerações – e uma riqueza que tem um potencial de perdurar por várias gerações requer um tratamento especial”, disse.
(Por Alana Gandra, Agência Brasil, 13/11/2007)