Mais de 70 escolas do Yázigi já estão participando da parceria entra a rede de idiomas Yázigi e a campanha ‘Y Ikatu Xingu. Isso significa um universo de 22 mil alunos que devem engajar-se na mobilização nos próximos meses. “Nossa expectativa de adesão é de, no mínimo, 200 franqueados”, afirma o diretor de Responsabilidade Social da rede de idiomas, Cláudio Tieghi. Caso a previsão se confirme, cerca de 60 mil estudantes poderão participar da iniciativa. Tieghi está confiante de que o número pode crescer. “Existem escolas em alguns estados que são muito ativas”.
As informações foram dadas durante a formalização da parceria, na última quarta-feira, na sede da rede de idiomas, em São Paulo. Um termo de referência foi assinado pelo secretário-executivo-adjunto do Instituto Socioambiental (ISA), Enrique Svirsky, e o diretor-geral do Yázigi, Alexandre Gambirásio Silva. O evento contou com a presença de alguns franqueados, colaboradores e funcionários da instituição. Também estava presente Eleine Béláváry, diretora da Associação de Franquias Solidárias (Afras).
Todo os anos, o Yázigi realiza uma “campanha de cidadania”. Em 2003, o tema foi consumo consciente e desperdício de alimentos. Mais de 70 mil cartilhas sobre o assunto foram distribuídas entre os alunos. A Rede tem mais 380 escolas por todo o Brasil em sistema franquia e ensina inglês e espanhol para mais de 160 mil estudantes anualmente.
Neste ano, o Yázigi elegeu como foco de sensibilização de seus alunos, franqueados e colaboradores a campanha ‘Y Ikatu Xingu, de proteção e recuperação das nascentes e matas ciliares do rio Xingu no Mato Grosso. A iniciativa vai até junho de 2008. Durante este período, as escolas desenvolverão atividades pedagógicas, ações de sensibilização e eventos que terão como objetivos a conscientização e discussão sobre a questão do aquecimento global, do desmatamento e suas decorrências; e o plantio de mudas e sementes nas cabeceiras do Xingu. A idéia é que, após as atividades pedagógicas, os alunos estejam preparados para desenvolver atividades como oficinas de reciclagem, bazares e peças de teatro para sensibilizar a comunidade e arrecadar fundos para a campanha.
“As estatísticas variam, mas algumas apontam que num prazo de 30 até 50 anos poderemos ter menos 35% de água. Este é um problema de todos nós. Temos de nos mexer”, alertou Alexandre Gambirásio Silva. Ele disse que todos os cenários possíveis sobre o assunto são preocupantes e que, em todo mundo, já existem organizações realizando mobilizações sobre o tema. “Não importa o tamanho dessas ações, mas sim sua consistência, sua qualidade.”
A rede de idiomas desenvolveu um “arvorômetro” que quantifica e divulga na Internet o número de mudas e sementes que cada uma de suas escolas irá plantar em parceria com as organizações integrantes da campanha ‘Y Ikatu Xingu. O mecanismo vai funcionar com base em uma unidade elaborada com apoio técnico do Instituto Socioambiental (ISA): a cada R$ 6,00 arrecadados, uma muda e 100 sementes são plantadas. Quanto mais recursos arrecadados, maiores os índices no arvorômetro da escola. O mecanismo pretende criar um clima de competição saudável entre as instituições franqueadas e quem ganha é o meio ambiente. Para incentivar a participação dos alunos, as três primeiras escolas com melhores índices ganharão pacotes de viagem para conhecer o Parque Indígena do Xingu e região. Para ativar seu arvorômetro, a escola precisa comprar uma “cota” mínima de 10 mudas, ou seja, R$ 60. Já foram compradas 127 cotas. Algumas franquias chegaram a custear 12 delas. A expectativa é plantar mais de 10 mil árvores.
“Acho que a questão das campanhas de responsabilidade social precisam ser pensadas na perspectiva de redes de relacionamento. O diferencial desta iniciativa é que estamos entrando em um movimento que já existe, já foi assumido por várias outras organizações. Estamos somando, somos novos parceiros”, avaliou Cláudio Tieghi. Durante o evento de assinatura, ele fez questão de citar um exemplo de como contatos informais entre organizações e pessoas podem gerar grandes idéias. “Já tínhamos a intenção de tratar do tema do aquecimento global este ano. Em uma conversa de corredor com Vítor Piaz, funcionário da casa, ele citou o ISA, instituição em que seu irmão trabalha, e daí em diante fizemos o contato com a organização e surgiu a idéia de falarmos também do tema associado do desmatamento”. O irmão de Vítor é Alex Piaz, que trabalha na área de comunicação do ISA.
“Qualquer tipo de ação de desmatamento pode agravar as mudanças climáticas e atingir comunidades até mesmo em lugares distantes de onde ele acontece”, advertiu Enrique Svirsky. Ele reforçou a importância da capilaridade do Yázigi em várias regiões do País para divulgar a problemática do desmatamento nas cabeceiras do Xingu.
(Por Oswaldo Braga de Souza,
ISA, 09/11/2007)