O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) da ONU exigiu nesta segunda das autoridades mundiais que realizem o mais rápido possível ações multilaterais para enfrentar o problema, já que a situação tem base científica e seus efeitos em todo o planeta foram comprovados. A 27ª sessão do IPCC foi aberta no Museu das Ciências de Valência (leste da Espanha) pelo presidente do organismo, Rajendra Pachauri, que encorajou os 450 especialistas participantes do encontro a elaborarem o melhor relatório possível, diante da cúpula mundial do organismo a ser realizada em Bali (Indonésia), no mês de dezembro.
Durante essa reunião, a ONU negociará a nova estratégia multilateral a ser seguida nos próximos anos em relação à mudança climática. O acordo irá substituir o Protocolo de Kyoto, vigente até 2012.
Os participantes do evento se reuniram em sessões técnicas, todas elas a portas fechadas, e que terão seus resultados apresentados no sábado, em uma entrevista coletiva que terá a presença do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Antes da abertura do encontro do IPCC, nove membros do Greenpeace escalaram uma construção e instalaram três cartazes de protesto, cada um com cerca de 400 metros quadrados, em frente ao Museu das Ciências, que foram retirados logo em seguida pelas autoridades.
O lema escrito nos cartazes era: "Perigo: salvemos o clima já", e mostravam também uma imagem do planeta pegando fogo emoldurado por um sinal de perigo. A responsável do Greenpeace pela campanha sobre a mudança climática, Raquel Montón, explicou que o objetivo do protesto é apoiar os especialistas da ONU.
– Queremos transmitir ao mundo inteiro, por meio de uma foto, que os presentes em Valência nesta semana são os que mais sabem sobre a mudança climática. Quantos mais Governos os escutarem, melhor – disse.
Montón ressaltou a importância de os países mais industrializados do mundo reduzirem em mais de 85% suas emissões de dióxido de carbono para evitar que a temperatura média global suba mais de 2ºC, a "linha vermelha" que, segundo ela, implicaria em danos irrecuperáveis para a humanidade.
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AGÊNCIA EFE, 12/11/2007)