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guerra das papeleiras
2007-11-13
Manifestantes das cidades de Gualeguaychú, Colón e Concordia, na Argentina, iniciaram no domingo (11/11) uma nova jornada de corte simultâneo dos acessos terrestres para o Uruguai. O bloqueio foi um protesto contra a autorização, pelo governo uruguaio, para o início do funcionamento da fábrica de papel Botnia (da Finlândia).

O governo do Uruguai assegurou que manterá o cercado sobre a passagem fronteiriça General San Martín. Os manifestantes de Concordia iniciaram ao meio-dia de ontem um corte na Rota 015, de acesso à ponte que faz a ligação com a cidade uruguaia de Salto. O bloqueio foi suspenso no meio da tarde.

Segundo o ativista Juan Veronesi, de Gualeguaychú, que se encontrava em Concordia apoiando a ação, a decisão de suspender o corte foi tomada em assembléia e os manifestantes voltarão a se reunir na quarta-feira (14/11) para analisar novas medidas. Ele disse que as mobilizações da jornada de ontem nas três cidades ribeirinhas ocorreram como resposta à “agressão gravíssima” do Uruguai ao autorizar o funcionamento da fábrica de papel em Fray Bentos, o que, de acordo com os ativistas, poluirá o rio Uruguai.

Os manifestantes de Colón realizaram, como estava previsto, um bloqueio que começou no sábado (10) às 17 horas e se estendeu até as 19 horas de ontem. Uma das coordenadora da mobilização, Silvia Poli Echevarría, disse que durante esta semana os ativistas realizarão cortes “todos os dias, entre as 20 horas e as 22 horas”. Os manifestantes de Concordia e Colón se somaram aos vizinhos de Gualeguaychú, que realizam desde o dia 20 de novembro do ano passado um corte ininterrupto sobre a rota 136, na altura da parada Aroyo Verde, porta de acesso à ponte internacional General San Martín.

O prefeito eleito de Gualeguaychú, Juan José Bahillo, respaldou ontem a “reclamação legítima” dos vizinhos contra o funcionamento da fábrica de papel Botnia. Em declarações ao canal argentino Todo Notícia, ele destacou que a administração municipal respeita e acompanha a comunidade. Na ponte binacional General San Martín, o governo uruguaio colocou, na última sexta-feira (09/11), uma cerca para impedir a passagem eventual de pessoas e veículos. O governo confirmou ontem que manterá o bloqueio “enquanto existir o perigo de que aconteçam incidentes”.

O chanceler uruguaio, Reinaldo Gargano, disse na manhã de ontem à Rádio América que “há um grupo que se auto-elege, que tem todos os direitos, menos o de fazer o que é ilegal, como bloquear pontes, interromper o trânsito, violando o Tratado de Assunção”, em alusão às ações dos manifestantes. O chefe de gabinete argentino, Alberto Fernández, sustentou no sábado que há “uma movimentação desmedida por parte do Uruguai, que busca aparecer como um país agredido, quando na realidade os únicos agredidos somos nós”, em referência ao início do funcionamento da fábrica Botnia e à cerca sobre a ponte binacional.

“Não fomos nós os que violamos um tratado internacional – o do Rio Uruguai – e não fomos nós os que não respeitamos permanentemente as normas internacionais sobre o assunto”, disse Fernández.

(Agência Telam, 12/22/2007)

 

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