O anúncio mostra um simples saleiro: "Procuramos a fonte de energia para o futuro por anos. Talvez a resposta sempre esteve embaixo dos nossos narizes", afirma nota da empresa pública Statkraft, que decidiu construir a primeira usina de água do mar do mundo. Nas margens do fiorde de Oslo, a empresa pública norueguesa irá implementar no ano que vem um projeto-piloto de central "osmótica", uma forma de energia limpa que, segundo os construtores, poderá produzir 1.600 TWh em escala global, ou metade do consumo energético atual da Europa.
"E é totalmente livre de emissão de CO2", afirma Jon Dugstad, diretor da Statkraft. "O que iremos fazer é misturar água doce e água de mar, sem acrescentar nada ao processo, que é perfeitamente natural, já que ocorre sempre que um rio encontra o mar". A energia osmótica explora a diferença de concentração entre os líquidos: se separa as duas massas de água filtrada, uma salgada e a outra doce, através de uma membrana semipermeável, e a segunda - menos concentrada - se movimenta naturalmente em direção da primeira.
O aumento da pressão gerada sobre a água salgada, previamente pressurizada, pode então ser transformado em energia através de uma turbina. Em uma fábrica de Hurum, no Sul da Noruega, Statkraft vai construir uma minúscula central osmótica capaz de produzir de 2 a 4 KWh, capaz de acender algumas lâmpadas. "O protótipo visa apenas validar a tecnologia", assinala Dugstad. Caso este protótipo seja bem sucessivo, uma usina em larga escala, capaz de produzir entre 160 a 170 GWh - suficiente para abastecer cerca de 15,000 casas com eletricidade - poderá ser construída nos próximos anos.
(Globo Online,
Ambiente Brasil, 13/11/2007)