A Operação Arariboia, que combate a exploração ilegal de recursos naturais na Terra Indígena Araribóia, já recolheu uma dezena de caminhões carregados de madeira extraída ilegalmente no oeste do Maranhão.
Na ponta do esquema, as consequências não tardam. O caminhoneiro José Luiz do Nascimento perdeu o veículo, apreendido nas proximidades da cidade de Amarante, e também a fonte de renda.
“Estou desempregado e vivendo de favor na casa do meu sogro”, disse Nascimento. Mas confessa que sabia do uso do caminhão para atividade ilegal, quando emprestou a um irmão. “A gente sabe que é proibido, mas não tem outra opção”.
Perguntado sobre o contratante do serviço, Nascimento desconversou e disse não saber apontar. O veículo, ano 1978, foi comprado este ano por R$ 40 mil e encontra-se detido no pátio da administração regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), em Imperatriz.
A coordenadora de Proteção de Terras Indígenas da Funai, Thais Gonçalves, informou que em regra os veículos apreendidos têm problemas de registro e documentação. “São veículos muitas vezes roubados, com chassi adulterado e em péssimas condições. Rodam apenas em trajetos curtos, de aproximadamente 20 quilômetros da floresta até as serrarias do entorno [da área indígena]”.
Os veículos usados na prática de crime são perdidos. Uma eventual recuperação depende de decisão judicial, o que pode levar aproximadamente seis meses.
A Funai é responsável pela coordenação da Operação Araribóia, com o apoio da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar do Maranhão e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
(Por Marco Antônio Soalheiro, Agência Brasil, 12/11/2007)