O Senado Federal também se preocupa com a preservação ambiental. E para viabilizar práticas eficazes de proteção ao meio ambiente e de economia de recursos naturais, lançou o Programa Senado Verde, em junho de 2007. Apesar de já existirem práticas isoladas de órgãos e servidores com "identidade ambiental", os projetos agora estão centralizados. A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) preside o grupo.
- O Senado Verde é a menina dos olhos do momento - explicou Mariângela Cascão, chefe de gabinete da 1ª Secretaria e coordenadora do Programa, ao lado de Serys.
Uma das ações mais recentes foi a substituição do combustível da frota de ônibus, caminhões e utilitários da Casa, que passou a usar biodiesel, produzido a partir de óleos de dendê, soja, palma, babaçu e mamona. O Senado é o primeiro órgão público do Distrito Federal a adotar esse combustível renovável, e sem ônus adicional, já que por meio de termo aditivo ao contrato de fornecimento, está sendo adquirido pelo mesmo preço do diesel comum.
O gás carbônico (CO2) é um dos grandes vilões do efeito estufa. A cada 3,8 litros de gasolina que um automóvel queima, são liberados dez quilos de gás carbônico na atmosfera. O álcool e o biodiesel também liberam esse gás, mas a diferença é que boa parte dessa emissão será reabsorvida pela planta fonte, que utiliza o gás carbônico para realizar a fotossíntese. Uma árvore absorve uma tonelada de CO2 durante sua vida.
Mas esse não é um ato isolado. Em dois meses, revelou Mariângela Cascão, a edição semanal do Jornal do Senado será impressa em papel reciclado. A idéia é adquirir o papel - que é 10% mais caro - também para impressão do material de expediente dos gabinetes.
Outros próximos passos são: instaurar a coleta seletiva, com separação de material reciclável, especialmente do papel, que será repassado a associações de catadores; editar um manual de boas práticas ambientais, com dicas para os funcionários economizarem papel, energia elétrica e água; e publicar uma coletânea com toda a legislação nacional e internacional a respeito do tema. As crianças também farão parte do esforço de conscientização: está sendo criada uma cartilha para ser distribuída aos alunos durante a visitação guiada à Casa.
- Estamos preparando ainda um curso, a ser ministrado no ILB [Instituto Legislativo Brasileiro] sobre preservação do meio ambiente - acrescentou Mariângela.
Preocupação já existia
Antes da criação do Programa Senado Verde, algumas iniciativas espontâneas já vinham sendo colocadas em prática no intuito de proteger o meio ambiente, explicou Mariângela Cascão. Por exemplo, a instalação de um sistema de ar-condicionado com controle individual da temperatura no Anexo I, permitindo que o aparelho seja ligado ou desligado de acordo com a sensibilidade do usuário, gerando economia de energia. Já está em fase de licitação, para os prédios do ILB, sistema semelhante.
A revisão periódica da iluminação com substituição de lâmpadas por outras mais eficientes, o que aumenta a luminosidade e diminui o consumo de energia, e o aproveitamento até mesmo de entulhos de obra são outras medidas importantes. Os novos carros adquiridos também utilizam combustível renovável, o álcool anidro.
Medida que representou uma grande economia mensal no gasto com água foi a instalação de uma mini-usina de tratamento de água no Serviço de Transportes, que possibilita a reutilização de água na lavagem dos veículos oficiais. A água é recolhida e reaproveitada, o que diminuiu o consumo em cerca de 80%. A máquina, explicou Mariângela, custou caro, mas a economia foi infinitamente maior.
- Em seis meses pagamos a máquina, e o gasto com água baixou de doze mil reais para dois mil reais - afirmou.
Quantitativo ou previsão sobre gastos ou o percentual de economia ainda não existe, informou Mariângela, já que o programa é novo. Mas um levantamento sobre tudo o que se gasta em todas as áreas e órgãos do Senado está sendo elaborado, e a partir daí, será possível fazer a previsão.
(Por Elina Rodrigues Pozzebom, Agência Senado, 09/11/2007)