Condomínio pretende derrubar ficus para abrir novo acesso Para evitar o corte de uma árvore em frente ao prédio onde mora, no Bairro Córrego Grande, em Florianópolis, o professor Luiz Fernando Figueiredo passou cerca de seis horas acorrentado ao tronco de um exemplar de ficus, na manhã de sábado.
Enquanto vizinhos que moram no mesmo local passavam próximos de onde se desenrolava o ato de protesto e iam em direção às praias, aproveitando o dia ensolarado, Figueiredo suava sob o sol. Mas com o sacrfício conseguiu, no mínimo, adiar a derrubada. A batalha, ao menos, estava ganha.
Quando o funcionário da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram) chegou no local, encontrou o professor acorrentado afirmando que dali não sairia. A saída foi dar meia volta.
O professor Figueiredo comemorou, mas sabe que a árvore que serve de cenário para a sala de estar do seu apartamento no 1º andar e de morada para dezenas de pássaros ainda corre risco. No local, será construída uma segunda rampa para os automóveis.
Agir no micro para influenciar o macro. Figueiredo leva o dito ao pé da letra. Professor de Eco design da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o engenheiro sanitarista e doutor em gestão ambiental acha desnecessária a retirada do ficus de 18 anos e cerca de 12 metros.
- Em pleno escândalo da Moeda Verde e em tempos em que todos tentam ampliar as áreas verdes, isso é um contracenso - reinvindica Figueiredo.
Área deve ganhar projeto paisagísticoJá o síndico Giovani Feroldi, que obteve a licença para a derrubada, alega que os condôminos que compareceram à assembléia (cerca de 20 representantes dos 85 apartamentos) decidiram pelo corte e que um novo projeto paisagístico, com duas novas árvores, será feito.
- As raízes dessa árvore são muito grandes e se mantivermos ela próxima à área reformada, seria um risco - explica.
O destino da árvore ainda é desconhecido. Enquanto o síndico promete manter a decisão, o professor avisa que manterá o protesto o quanto for necessário. O caminho do meio, conforme concordam alguns moradores do Reino de Camelot, seria convocar outra assembléia para nova votação.
(Laura Coutinho,
Diário Catarinense, 12/11/2007)