Apesar do empenho para conscientizar os produtores a devolver as embalagens vazias de agrotóxicos nos locais onde compraram, ainda falta muito para Santa Catarina ser modelo no País. Atualmente, somente 40% das embalagens vazias retornam às associações encarregadas pela destinação final. Em alguns Estados, como o Mato Grosso, mais de 80% das embalagens retornam.
Outro problema enfrentado em solo catarinense é o alto índice de embalagens contaminadas – cerca de 20% contra 12% da média nacional. Na natureza, cada frasco demora 500 anos para se deteriorar. Mesmo assim, Santa Catarina foi um dos Estados em que houve maior aumento na devolução de embalagens vazias no primeiro semestre de 2007. Cresceu 23,2% em comparação com o mesmo período do ano passado. Em todo o Brasil, o aumento foi de 15,2%.
Os agricultores catarinenses são responsáveis por 2,3% do consumo total de agrotóxicos no País. O último levantamento do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (INPEV) mostra que foram deixadas, nas seis centrais do Estado, 303,5 toneladas de vasilhames no primeiro semestre de 2007. Cerca de 32,6 toneladas foram incineradas. São frascos nos quais os produtores deixaram de fazer a tríplice-lavagem. “Cada tonelada custa R$ 1 mil, mais o frete”, explica o engenheiro agrônomo Roberto Albuquerque, representante das centrais catarinenses e também do Rio Grande do Sul.
Apenas uma empresa no Brasil tem equipamentos especiais para incinerar esse tipo de produto. Quando não ocorre a lavagem, os frascos ficam contaminados e, se queimados, moléculas de agrotóxicos são jogadas na atmosfera. As conseqüências podem ser chuva ácida e contaminação do solo. As embalagens entregues nas centrais são separadas pelo tipo de material e recicladas.
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A Notícia, 12/11/2007)