Um outro caso em que o uso dos recursos disponíveis e a criatividade foram decisivos no atendimento a emergências ocorreu em Bertioga, num vazamento de óleo da Petrobrás, em 1983. Naquela ocasião, foram derramados 2,5 mil litros de óleo num rio, em São Paulo, e a Cetesb, onde o técnico Luis Antônio de Mello Awazu trabalhava, na ocasião, contou com a ajuda dos pescadores. -Nós montamos barreiras de contenção com a própria vegetação - galhos, folhas de árvores etc. Não dispúnhamos de materiais sofisticados como hoje -bóias de plástico e borracha. Além disso, formamos uma fileira de barcos de alumínio, muito usados por pescadores da colônia japonesa no local. Usamos latas de alumínio também, furando-as no fundo. As pessoas iam juntando o óleo do rio com as latas e deixavam escorrer a água do fundo, o que era possível por causa da diferença de densidade entre o óleo e a água. O óleo das latas era então jogado nos barcos. Esses barcos, uma vez cheios, abasteciam caminhões que estavam sob uma grande balsa, e esses caminhões levavam o óleo embora. Só com essa técnica improvisada, nós conseguimos retirar umas 580 toneladas de óleo, lembra Awazu. .