A descoberta de petróleo no Campo de Tupi, na Bacia de Santos, anunciada pela Petrobras na semana passada, representa um desafio para os agentes do governo, segundo o coordenador do Programa de Mobilização da Indústria Nacional do Petróleo (Prominp), José Renato Ferreira de Almeida.
"A nossa expectativa e esforços agora serão para atender às novas demandas da indústria nacional, que certamente surgirão com todo o potencial descoberto, estimulante para todos os que trabalham no setor de petróleo e gás", afirmou.
As reservas representarão um acréscimo de 50% na produção atual e por isso, acrescentou Almeida, torna-se "cada vez mais essencial a qualificação de mão-de-obra especializada, capaz de ampliar a capacidade competitiva do setor energético".
O coordenador participou do 5º Encontro Nacional do Prominp, aberto na quarta-feira (07/11) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e encerrado na sexta-feira (09/11), após debates sobre a implantação de projetos de petróleo e gás natural, no Brasil e no exterior, por cerca de 350 pessoas ligadas ao setor.
Dados do Ministério de Minas e Energia apontam que em 2003, quando começou o programa, os projetos petrolíferos demandavam de empresas nacionais 53% dos bens e serviços consumidos. E que agora esse percentual é de 75%, o que representa um valor adicional de US$ 5,2 bilhões e a criação de mais de 245 mil postos de trabalho.
No encontro foi discutido o fortalecimento do Plano Nacional de Qualificação Profissional, que prevê a capacitação gratuita de 112 mil profissionais em 175 categorias, até 2009. E envolverá 80 instituições de ensino em 17 estados. Os investimentos, de cerca de R$ 300 milhões, são dos ministérios de Ciência e Tecnologia e do Trabalho e Emprego, além de recursos da Petrobras.
Outros temas debatidos pelos especialistas foram as ações de articulação das instâncias federal, estadual e municipal para compatibilizar as exigências do licenciamento ambiental com as necessidades do setor de petróleo e gás; e a assimetria tributária no fornecimento de componentes importados e nacionais para plataformas off shore. As diferenças de tributação, de acordo com estudos no Prominp, estimulam a importação desses componentes.
(Por Débora Xavier, Agência Brasil, 09/11/2007)