Com cerca de 12 mil habitantes, a pequena Serra Branca, no interior da Paraíba, fica no chamado “polígono das secas” do Estado. A falta de água compromete o desenvolvimento do município, que fica a 55 quilômetros da capital, João Pessoa, e possui poucos poços de água subterrânea, insalubre e salgada.
Mas desde quinta-feira (08/11) nove sistemas de dessalinização dessa água subterrânea foram instalados na cidade e pelo menos 7 mil pessoas poderão ser beneficiadas.
Com os equipamentos, a água se torna adequada para o consumo humano. A expectativa do Programa Água Doce, da Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, é de instalar, ainda neste ano, mais 12 sistemas de dessalinização, o que deverá atingir cerca de 56 mil pessoas na região.
O Ministério de Minas e Energia traçou, em 2005, um diagnóstico da qualidade das águas subterrâneas de Serra Branca. De acordo com os dados, não há água doce no subsolo da cidade.
Do total, 25% correspondem a água salobra – aquela que não é nem salgada, nem doce – e 75% a água salina, que não é recomendada para o consumo humano pela Fundação Nacional de Saúde, pois pode provocar problemas digestivos nas pessoas e danificar redes de distribuição de água.
O prefeito da cidade, Zizo (PT), considerou a solução a mais apropriada para o município, já que não só Serra Branca, mas toda a região sofre com a insegurança hídrica. Segundo ele, a água retirada dos poços é de boa qualidade, tanto para o consumo primário (beber) quanto para o secundário (tomar banho e cozinhar alimentos).
“Em alguns lugares, funciona a barragem subterrânea. Em outros, a cisterna. No nosso caso, usamos os poços tubulares profundos, mas a água é salinizada porque estamos no semi-árido. Então, retirar sal dessa água, para nós, é tudo”, explicou Zizo.
Outra preocupação do programa é com os impactos ambientais provocados pelo despejo de resíduos do processo de purificação da água salgada. O material servirá para o cultivo de hortaliças que se adaptam à essa condição e para a criação de tilápias e camarões.
(Por Morillo Carvalho, Agência Brasil, 10/11/2007)