O chefe de Gabinete argentino, Alberto Fernández, disse sábado (10/11) que o Uruguai "procura aparecer como vítima quando, na realidade, o único agredido" é a Argentina, no conflito bilateral por causa de uma fábrica de celulose que começou a operar na sexta-feira (09/11).
"Não fomos nós que violamos um tratado internacional e não fomos nós os que descumprimos permanentemente as normas internacionais", disse Fernández à rádio Diez.
A polêmica se agravou com o início das operações na fábrica e o fechamento da ponte na fronteira com a Argentina mais próxima à fábrica, por parte do Uruguai.
A instalação pertence a uma empresa finlandesa e foi construída na cidade uruguaia de Fray Bentos.
BoicoteO chefe de Gabinete questionou o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, por ter tido "a infeliz idéia de dizer que governa um país boicotado como Cuba, o que é uma coisa inexplicável".
"Há toda uma intenção para mostrar ao Uruguai como vítima quando na verdade é o agressor em normas. Esse esforço o deixa em uma posição inexplicável, porque ninguém acredita que possa existir um risco bélico em Fray Bentos", disse Fernández.
"Nunca aprovamos os bloqueios de pontes, mas também dizemos que nunca vimos um gesto hostil ou de violência. Foi uma manifestação pacífica", defendeu.
Os ambientalistas argentinos em Gualeguaychú se mobilizam neste sábado na ponte General San Martín, que liga a cidade a Fray Bentos, para protestar contra a operação da fábrica.
Para Fernández, "o esforço de mostrar o Uruguai como um país pequeno e agredido só encobre a falácia de todo o argumento uruguaio. Além disso, disfarça a enorme desatenção que teve para com os amigos da América Latina, e em particular com a Argentina e o rei da Espanha", que media o litígio.
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EFE, 10/11/2007)