Os ministérios públicos Federal e Estadual do Pará vão receber dados atualizados sobre o desmatamento na Amazônia produzidos pelo SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento), ferramenta que usa imagens de satélite para monitorar a floresta.
O SAD foi desenvolvido pelo Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) e permite identificar desmatamentos com defasagem de 20 a 30 dias.
O Ministério Público Federal do Pará, por exemplo, utilizava até agora imagens de satélite fornecidas pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) ou pelo Sipam (Sistema de Proteção da Amazônia), que às vezes chegam com defasagem, para identificar locais onde ocorreram os crimes.
"Os desmatamentos não acontecem do dia para a noite, são ações longas no tempo. O fazendeiro faz a derrubada de 300 hectares de floresta no primeiro mês e, como ninguém detecta, continua nos meses seguintes. Se o desmatamento for detectado no primeiro mês, é possível parar a derrubada", disse Felício Pontes, procurador-chefe do Ministério Público Federal do Pará.
A estimativa do procurador é que sejam gerados em todo o Estado do Pará de 80 a cem representações por mês pelo SAD. Cada uma representa um ponto de desmatamento e será aberto procedimento de investigação.
Segundo Pontes, o sistema é capaz de localizar desmatamentos ilegais, mas a procuradoria e a promotoria dependem ainda das ações da Polícia Federal e do Ibama para identificar os autores dos crimes ambientais.
Cada representação será comunicada aos dois órgãos pelo ministério público, que deverão também apurar todas as responsabilidades.
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Folha, 10/11/2007)