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2007-11-09
Atentados na capital do Azerbaijão, Baku, levaram as autoridades a interromper o fornecimento de petróleo do oleoduto Baku-Tbilisi-Ceyhan. O preço do barril do petróleo subiu US$ 15 dólares em poucos minutos e agora está batendo em US$ 120. O pânico contaminou Wall Street e o índice Dow Jones está em queda de 3,5%. Mas as más notícias não param por aí: dois dos maiores fundos de hedge dos Estados Unidos, que estavam apostando na queda dos preços do petróleo, estão quebrando. Bem-vindo ao Oil Shockwave - a simulação de choque do petróleo promovida pela Safe (sigla em inglês para Assegurando o Futuro Energético da América), a entidade que reúne grandes multinacionais e estuda maneiras de reduzir a dependência do petróleo.

Na quinta-feira passada, o Oil Shockwave convocou antigos altos funcionários do governo americano - entre eles Robert Rubin, ex-secretário do Tesouro, general John Abizaid, ex-comandante das forças americanas no Iraque, Richard Armitage, ex-secretário de Estado adjunto e Daniel Yergin, famoso especialista em petróleo - para participarem da simulação de uma crise do petróleo em maio de 2009. Na platéia, centenas de empresários, políticos e economistas.

Tudo começa com a interrupção do fornecimento do petróleo do Azerbaijão, tido como alternativa ao Oriente Médio. Em um cenário sofisticado, com direito a grandes telas de plasma transmitindo ao vivo um certo canal de notícias CNN e monitores acompanhando o preço do petróleo e o desempenho do mercado financeiro, os nove especialistas assumem o papel de gabinete do presidente dos Estados Unidos. E precisam dizer ao líder da mais rica nação do mundo como lidar com a crise do petróleo.

"Devemos usar a reserva estratégica de petróleo? Impor limites de velocidade de 88 quilômetros por hora, proibir carros aos domingos, estender o horário de verão para o ano inteiro, racionar gasolina? Enviar tropas para ajudar o exército azeri?", pergunta a secretária de Energia. Prevendo a grande resistência dos americanos diante dessas medidas impopulares, os "membros do gabinete" começam a discutir as medidas preventivas que deveriam ter sido adotadas - e não foram. Hoje em dia, leis que prevêem aumento da eficiência dos veículos e redução da dependência do petróleo tramitam a passo de tartaruga no Congresso.

APOCALIPSE
Apesar de parecer apocalíptico, o cenário da simulação pode não estar tão distante, alertam especialistas. "Tempos atrás, o petróleo saltou de US$ 35 para US$ 60, achamos que o mundo ia acabar e nada aconteceu; agora o barril foi para mais de US$ 90 e a economia continua robusta", diz Rubin. "Mas todos sabemos que, a certa altura, os efeitos sobre a economia serão sentidos." A demanda mundial por petróleo deve crescer 3,6% em 2008 e desacelerar muito pouco em 2009, para 2,9%, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE). A produção caiu na Nigéria, Iraque, Indonésia e Venezuela e há baixíssima capacidade ociosa no mundo.

"Até agora o mundo tem sido muito resistente à alta do petróleo, estamos surpresos", diz Daniel Yergin, presidente da Cambridge Energy Research Associates e autor do best-seller The Prize : The Epic Quest for Oil, Money & Power. "Mas as pessoas também vão ficar surpresas quando finalmente começarem a ver os efeitos na economia - serão grandes." O presidente da Safe, Robbie Diamond, não quer esperar para ver. Ele acredita que as simulações ajudarão a alertar os formuladores de políticas para os custos econômicos e de segurança nacional trazidos pela dependência do petróleo.

"Passamos meses com economistas e cientistas para traçar um cenário plausível", diz o presidente da Safe, Robbie Diamond. "Não podemos nos dar ao luxo de agir apenas de forma reativa ou legislar no mínimo denominador comum - esperamos que as simulações nos ajudem a tornar a redução da dependência do petróleo uma prioridade no país." Ou seja, a simulação hollywoodiana é um lobby sofisticado para aprovar uma ambiciosa Lei de Energia no Congresso americano. "Antes que a simulação se torne realidade", acrescenta Diamond.

(Patrícia Campos Mello, O Estado de São Paulo, 09/11/2007)



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