O primeiro posto de combustíveis que vai vender gás natural veicular (GNV) no Distrito Federal começou a funcionar nesta quinta-feira (08/11).
Na semana passada, a Petrobras reduziu o fornecimento do combustível nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
Mas, para o presidente da Companhia de Gás de Brasília (Cebgas), Paulo Gomes, o problema da falta de gás natural não vai chegar a Brasília.
“Em Brasília não vai faltar gás e nem pode, porque o contrato que eu tenho com a Petrobras obriga a empresa a me trazer o gás. A Petrobras tem deixado claro nessa crise que ela está cortando o gás excedente aos contratos.”
Na quarta-feira (07/11), o ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner, desaconselhou a conversão dos veículos para o uso do gás natural. Segundo ele, o governo não quer a expansão do uso do GNV em veículos sem que haja garantia de fornecimento.
“Ele [Hubner] certamente está-se referindo à situação de Rio de Janeiro e São Paulo, porque lá existe sim uma distorção do mercado que cresceu muito em relação ao mercado industrial, residencial e comercial”, disse Gomes.
Para a presidente do Sindicato dos Condutores Autônomos de Táxi do Distrito Federal, Maria Pereira de Santana, mesmo com a redução do fornecimento de gás natural, a conversão dos carros vale a pena.
"Mesmo com a crise é vantagem, porque há uma ansiedade nossa, há mais de cinco anos. Infelizmente o gás chegou no momento que está na crise, mas eu acredito que não vai faltar gás para Brasília.”
O preço cobrado pelo gás em Brasília é R$ 1,79 por metro cúbico. De acordo com o presidente da Cebgas, esse valor deverá ser fixado anualmente.
“Esse preço só pode ser reajustado uma vez ao ano de acordo com a inflação. Ele não sofre alterações com as variações de preços do gás da Bolívia. O nosso fornecimento está todo regido por um contrato com a Petrobras.”
O representante comercial Anderson Carlos de Andrade reclama do preço. “Gás em Brasília está caro ser for comparado a São Paulo. Lá você paga o metro cúbico por R$ 1,09 e R$ 1,19 e aqui está R$ 1,79. Em São Paulo a variação é pequena, de 10 centavos”.
O projeto para a venda do GNV no Distrito Federal começou em 2003. Segundo o presidente da Cebgas, foram investidos R$ 100 milhões.
(Por Clara Mousinho, Agência Brasil, 08/11/2007)