Cerca de 40 policiais federais iniciaram na quinta-feira (07/11) uma operação para cumprir 20 mandados de busca e apreensão em residências indígenas, da aldeia de Nhanderu Marangatu, e em fazendas do município de Antônio João (MS).
Segundo nota divulgada pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (08/11), a operação atendeu a determinação da Justiça Federal em Ponta Porã (MS) a partir de representação do Ministério Público Federal que tem recebido denúncias de exploração sexual, ameaça, lesão corporal, porte ilegal de arma de fogo e furto de gado na região.
De acordo com a nota, os índios da etnia Guarani-Kaiowá querem que parte das fazendas do local sejam transformadas em reservas indígenas, mas os fazendeiros são contra a desapropriação.
Nas fazendas foram encontradas seis armas: dois revólveres de calibre 22, uma espingarda do mesmo calibre, uma escopeta calibre 12 e dois fuzis calibre 762, um deles com brasão do Exército Brasileiro. Além disso, a PF apreendeu munição, moto-serras, rádio amador e agrotóxicos, todos desprovidos de documentação legal. Apenas uma pessoa foi presa.
A Polícia Federal informou que já planeja outras operações na região, com objetivo de coibir novos conflitos entre indígenas e fazendeiros.
Na quinta-feira da semana passada (01/11), a Agência Brasil publicou denúncia de exploração sexual, abusos e intimidação por parte dos seguranças de uma das fazendas onde a PF cumpriu mandado, a fazenda Fronteira. A área fica a 6 quilômetros do município de Antônio João, em Mato Grosso do Sul. A denúncia foi feita por índios da etnia Guarani-Kaiowá
A Agência Brasil tentou conversar com o responsável pela fazenda Fronteira e ex-prefeito do município, Dácio de Queirós, mas a assessoria de imprensa do ex-prefeito informou que ele não vai se pronunciar sobre o assunto.
(Por Camila Vassalo e Paloma Santos, Agência Brasil, 08/11/2007)