A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) deu início nesta quinta-feira (08/11) ao curso a distância Vigilância Alimentar e Nutricional para a Saúde Indígena, que será acompanhado via internet por profissionais e gestores da saúde de todo o país.
O curso é fruto de uma parceria entre a Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Ministério da Saúde. A duração está prevista para um ano.
O diretor do departamento de Saúde Indígena da Funasa, Wanderley Guenka, avalia que a iniciativa vai contribuir para aumentar a vigilância nutricional e alimentar nas comunidades indígenas.
"Estamos capacitando profissionais que atuam na saúde indígena, e esperamos com isso que possamos ter o perfil nutricional dessa população indígena, principalmente dos menores de cinco anos de idade”.
Segundo ele, há um índice importante de desnutrição entre as crianças indígenas, “principalmente naquelas etnias que têm falta de território”.
Ele acrescenta que isso pode ser observado especialmente nas populações que vivem em reservas reduzidas, que não oferecem métodos tradicionais de alimentação, como a caça e a pesca.
A primeira turma do curso tem 241 inscritos - todos com formação em nível superior. São profissionais e gestores de saúde que atuam nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas.
Em 2008, devem ser abertas mais 250 vagas. O diretor da Funasa disse que a está preparando, em conjunto com a Ensp, outro curso de aperfeiçoamento a distância para profissionais de nível médio.
O curso iniciado hoje engloba seis módulos, abordando desde as especificidades dos povos indígenas, questões culturais e antropológicas até a vigilância alimentar e nutricional.
Em 2005, o balanço parcial das ações emergenciais da Funasa na região sul do Mato Grosso do Sul para evitar mortes relacionadas à desnutrição entre as crianças guarani e kaiowá revelou 21 casos de desnutrição grave, 106 casos de desnutrição moderada, 328 casos de crianças em situação de risco nutricional e 38 casos de sobrepeso. Foram examinadas 2.131 crianças nas aldeias do sul do estado, onde vivem cerca de 37 mil indígenas.
(Por Alana Gandra, Agência Brasil, 08/11/2007)