A diretora de Gás e Energia da Petrobras, Graça Foster, confirmou nesta quinta-feira (08/11), no Rio de Janeiro, que o preço do gás natural vendido no Brasil deverá aumentar, de 15% a 25%, de forma escalonada nos próximos dois anos.
Durante entrevista na sede da estatal, Graça Foster reafirmou a posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e disse que não há crise de abastecimento de gás no país. Na quarta-feira (07/11), o presidente Lula negou a existência de uma crise e afirmou que o Brasil tem energia garantida até 2012.
De acordo com a diretora, os reajustes propostos são necessários para fazer frente ao aumento dos preços dos custos de produção, pressionados pela alta do preço do barril do petróleo no mercado externo.
“O preço do gás natural está deslocado da cotação do barril do petróleo. É preciso lembrar que toda a cadeia produtiva de petróleo e gás natural está sob forte impacto de aumentos dos custos. E isto acontece não só no Brasil, como também no exterior. Então o aumento a ser concedido para o gás tem como objetivo a necessidade de aumentar também os investimentos”, justificou.
Na avaliação da diretora, somente com o reajuste nos preços do gás comercializado no país será possível aumentar os investimentos na infra-estrutura de distribuição do produto.
Esse aumento, no entanto, será negociado individualmente com cada uma das distribuidoras, de acordo com a política de preços da estatal. “Esses aumentos serão concedidos de forma individual, com cada distribuidora, e de forma escalonada”.
A ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, que estava presente à reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) na sede da Petrobras, negou que o conselho tenha discutido qualquer assunto relacionado com o abastecimento interno de gás natural.
Ela também negou que a descoberta do Campo de Tupi, na Bacia de Santos, vá influenciar as negociações retomadas esta semana entre a Petrobras e a Bolívia sobre a possibilidade de novos investimentos da estatal naquele país.
"A nossa relação com o país [a Bolívia] é uma relação de integração regional, em que pese preferirmos não depender do gás boliviano, por isto mesmo Tupi não tem impacto ou qualquer relação com as discussões com a Bolívia”, disse.
(Por Nielmar de Oliveira, Agência Brasil, 08/11/2007)