O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, vistoriou, na terça-feira (06/11) pela manhã, as obras de pavimentação dos primeiros 85 quilômetros da rodovia BR-230, a Transamazônica, aberta há 35 anos e abandonada pelo governo federal. O ministro foi até o município de Altamira, no sudoeste paraense, acompanhado do diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, e da governadora Ana Júlia Carepa. A comitiva contou ainda com deputados federais e estaduais, empresários e líderes comunitários. A vistoria começou por volta das 10 horas à altura do quilômetro 04 da rodovia.
O ministro disse que as obras do trecho devem ser entregues até o final de dezembro. O perímetro compreende os municípios de Altamira (Km 630) e Medicilândia (Km 714). O trecho tem tráfego intenso e atoleiros. A empresa responsável pela pavimentação da pista e pela construção de pontes e viadutos é a Andrade Gutierrez. O valor do investimento é de R$ 90.208.433,07 e o governo federal já empenhou R$ 54 milhões para garantir a conclusão de 50% da obra até o final deste ano. Os trabalhos iniciaram em junho, após o período chuvoso na região. A obra conta com 48 quilômetros de terraplenagem executada e já tem 13 quilômetros de base asfáltica. Além da Transamazônica, o trecho de 500 quilômetros até Marabá está licitado para ser concluído até 2010. A comitiva do ministro partiu às 12h30 de Altamira para Belém.
Dívida
Para Alfredo Nascimento, com a pavimentação da rodovia, o governo federal paga uma dívida histórica com o povo da região e ainda combate as desigualdades regionais. 'Será um dos maiores legados deixados pelo presidente da República à população do país, pois ele está investindo no Norte e Nordeste para equilibrar este país tão desigual e injusto', discursou. Após a vistorias as obras da rodovia, o ministro concedeu entrevista coletiva no Xingu Praia Clube, situado na Região Metropolitana de Altamira. Mais de 600 pessoas estiveram no local.
Os moradores têm esperança de que a obra será concluída. 'Todo mundo que mora aqui já andou pelos menos uns 15 quilômetros na lama para poder sair da cidade em tempos ruins. Então, é motivo de felicidade ver o asfalto se tornar realidade', disse o produtor rural Antônio José, que acompanhou a solenidade.
Para os movimentos sociais, não dá mais para conviver com o abandono da rodovia. 'Esse povo tem uma historia de luta na região. Já fomos a Brasília em 1991 e fizemos greve de fome por 48 horas para chamar atenção do governo federal. Eu digo que o futuro está aqui na Transamazônica e no Xingu, basta olhar este rio e para o rosto do nosso povo', disse a líder comunitária Antônia Pereira.
A prefeita de Altamira, Odileida Sampaio, disse que a pavimentação da rodovia é um presenta para o município que hoje completa 96 anos de fundação.
Veja o que diz o ministro sobre as BRS no Pará:
A BR-230: 'Já estamos fazendo o início da colocação do asfalto até Medicilândia. Todo o trecho da obra até Marabá já está contratado, está faltando só o licenciamento ambiental para começar as obras, o que deve ocorrer logo. Só de Altamira a Medicilândia estamos liberando R$ 90 milhões. Depois faremos mais 500 quilômetros até Marabá. Essa obra está prevista no PAC'.
A BR-163: 'Também tem recurso do Programa de Aceleração do Crescimento para a BR-163. Esta obra está contratada há 15 anos, e estamos consultado o Tribunal de Contas da União para saber se podemos aproveitar o mesmo contrato. Se pudermos, poderemos começar as obras imediatamente. Caso contrário será um pouco mais demorado, mas vamos fazer assim mesmo'.
A Transamazônica: 'Sabemos que uma das maiores demandas em todo o país, principalmente na região Norte, é por melhoria nas estradas e rodovias. Sabemos que todos os municípios desejam isso. É por isso que o governo federal está se empenhando para melhorar toda a malha viária do país. O asfaltamento na rodovia Transamazônica não é mais sonho, é realidade'.
(Amazônia.org, 07/11/2007)