A emissão de poluentes provocada por navios oceânicos é responsável por cerca de 60 mil mortes ao ano decorrentes de doenças do coração e câncer de pulmão, afirmou um estudo divulgado nesta quarta-feira e que pede por medidas mais rígidas quanto ao controle dos combustíveis.
Os portos de Xangai, Cingapura e Hong Kong, três dos mais movimentados do mundo, devem sofrer um grande impacto devido às emissões vindas dos navios, afirmou o estudo, publicado pela Environmental Science and Technology, uma revista da Sociedade Norte-americana de Química.
O estudo busca conscientizar que as emissões vindas dos navios não ficam nos oceanos e afetam quem está no continente. "Acho que este estudo mostra que essa idéia é totalmente falsa", disse à Reuters David Marshall, conselheiro da Força-Tarefa Ar Limpo, de Boston, um dos que encomendaram o estudo.
Segundo os cientistas, o fato de a navegação ocorrer em alto-mar, longe das populações que poderiam perceber o impacto dessas emissões, era um dos motivos pelos quais o controle sobre os combustíveis para embarcações não tem os mesmos padrões do controle sobre os voltados a veículos automotores.
Mas as emissões de enxofre realizadas pelos navios oceânicos representam cerca de 8 por cento do total de emissões de enxofre advinda da queima de combustíveis fósseis, afirmou James Corbett, um dos autores do estudo.
A maior parte das embarcações usa o chamado "bunker fuel" (combustível de navio), que é mais barato do que o óleo processado, mas também mais poluente. O número de mortes prematuras decorrentes das emissões provocadas pelos navios pode aumentar 40 por cento nos próximos cinco anos por causa da intensificação do tráfego de embarcações, afirmou a pesquisa.
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O Dia, 07/11/2007)