A Cocelpa, Companhia de Celulose e Papel do Paraná, assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) nesta quarta-feira (7). A empresa terá 120 dias para resolver problemas de emissão de resíduos tóxicos no município de Araucária, onde a fábrica está localizada. Segundo o diretor-gerente da Secretaria Municipal de Meio Ambiente do município, Tadeu Lukaski, a Cocelpa foi autuada pela ausência de licenciamento ambiental, o que teria resultado em multa de R$ 4 milhões.
A empresa não funcionou na terça-feira (6). Por meio de sua assessoria de imprensa, a Cocelpa afirmou que paralisação das atividades não seria decorrente de embargo do Ibama. A empresa afirma que periodicamente suspende a produção para realizar manutenções, trocas de equipamentos e reposições de materiais. A assessoria disse, ainda, que os filtros ambientais que reduzem a emissão de odores e gases devem ser trocados dentro de 30 dias.
Segundo Lukaski, moradores do bairro Jardim Alvorada e outras empresas próximas a Coclepa freqüentemente reclamam da emissão de gases da empresa. O Ibama também teria multado a empresa por despejar resíduos contaminantes no Arroio dos Pedrosos, que é afluente do Rio Barigüi. A empresa afirma, porém, que a fumaça branca, vista pelos moradores, é vapor d´agua. Quanto aos efluentes líquidos, e empresa garante que realiza um tratamento da água, com a remoção de fibras e a retirada de carga orgânica antes da devolução ao rio.
Instalada há cerca de quarenta anos em Araucária, a Cocelpa responde a uma ação civil pública movida pela promotora Stella Maria Flores Floriani Burda, da Promotoria do Meio Ambiente do município. Ministério Público e empresa firmaram um Termo de Ajustamento de Conduta que não teria sido cumprido pela empresa. "Eles apresentaram um laudo minimizando os problemas ambientais. O documento foi contestado por nós", explica Stella.
O superintendente do Ibama no Paraná, Hélio Sydol, informou que só irá falar sobre o assunto na próxima semana.
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Gazeta do Povo, 08/11/2007)