O presidente da comissão sobre mudança climática do Parlamento Europeu (PE), o italiano Guido Sacconi, disse constatar que o Governo da China ainda é resistente a um acordo pós-Kyoto para a redução de emissões de gases poluentes. "Nos encontros (com chineses) constatamos algumas diferenças e não houve uma sintonia perfeita. A principal é que a parte chinesa não vê possível um acordo posterior a Kyoto no qual aceite compromissos obrigatórios", afirmou Sacconi em Pequim.
O presidente da comissão realizou uma visita de dois dias à China, dentro dos preparativos para a Convenção sobre Mudança Climática das Nações Unidas, que acontece em dezembro em Bali. A visita serviu para iniciar as discussões sobre a possibilidade de um tratado posterior ao de Kyoto, que expira em 2012. O Governo chinês defende a manutenção do modelo do Protocolo de Kyoto, em que os países em desenvolvimento não são obrigados a reduzir suas emissões - maior ponto de divergência entre os 27 países signatários.
De acordo com Sacconi, a maior dificuldade para estabelecer um acordo posterior ao Protocolo de Kyoto é conseguir que grandes potências como os Estados Unidos aceitem metas vinculativas com a redução de emissões.
"Acredito que durante as negociações sairá uma aliança entre as partes (China e União Européia)", disse Sacconi, acrescentando que o bloco europeu não quer "bloquear" o desenvolvimento de países como a China, mas favorecer um desenvolvimento que supere "os erros passados", entre eles um sistema de transporte baseado no veículo particular.
(Folha Online,
Ambeinte Brasil, 08/11/2007)