A China vai se transformar no maior consumidor mundial de energia logo após 2010, superando os Estados Unidos, informou nesta quarta-feira (07/11) a AIEA - Agência Internacional de Energia no relatório "World Energy Outlook". Por causa disso, o gigante asiático terá de dobrar sua produção doméstica de carvão até 2030 para evitar carências na oferta energética.
O carvão representa dois terços da matriz energética da China, uma situação que não será alterada ao longo das próximas duas décadas. O país deve acrescentar 1.300 gigawatts de capacidade em geração de eletricidade nos próximos 20 anos.
Já a Índia vai se tornar o terceiro maior importador de petróleo antes de 2025, superando o Japão, e ficando atrás apenas dos Estados Unidos e China.
"Os enormes desafios energéticos enfrentados pela China e Índia são globais e exigem uma resposta global", disse o diretor-executivo da AIE, Nobuo Tanaka. "Nosso estudo mostra mais claramente do que nunca que, se os governos não alterarem suas políticas, as importações de petróleo e gás, o uso de carvão e as emissões de gás carbônico devem crescer inexoravelmente até 2030."
Tanaka disse que o rápido desenvolvimento econômico da China e Índia vai melhorar as condições de vida de mais de dois bilhões de pessoas. "Essa é uma aspiração legítima que precisa ser acomodada e apoiada pelo resto mundo", disse. "Mas as conseqüências de um crescimento não sustentado seriam alarmantes para todos os países."
Segundo os cálculos da AIE, as necessidades energéticas do mundo serão 50% superiores em 2030 do que as atuais. A China e a Índia, juntos, vão responder por 45% do aumento no consumo primário de energia.
O estudo prevê que os países consumidores de energia vão cada vez mais depender das importações de petróleo e gás, principalmente do Oriente Médio e Rússia. No cenário mais provável traçado pela AIE, as importações da China e Índia, combinadas, saltarão de 5,4 milhões de barris por dia em 2006 para 19,1 milhões de barris em 2030.
Mas o crescimento econômico da China e Índia poderá ser muito mais rápido do que o previsto. "Nesse caso, seria ainda mais urgente para os governos ao redor do mundo a implementação de políticas para conter o crescimento na demanda de energia fóssil e das emissões poluentes."
(Estadão Online,
Ambiente Brasil, 08/11/200)