Dezenas de peixes morreram no Rio Cachoeira, na Bahia, nos últimos dois dias, em razão da pequena quantidade de água e da falta de oxigênio, provocada pela intensa poluição. O rio, que corta o centro de Itabuna e deságua no mar, em Ilhéus, recebe 85% dos esgotos sem tratamento, produzido pelos mais de 200 mil moradores do município, segundo dados da prefeitura. Para moradores e comerciantes de ruas próximas às margens, o desastre ambiental teria começado na última segunda-feira, 05, depois que foram abertas as comportas da barragem do rio, que já apresentava pequeno volume de água.
O mau cheiro provocado pelos peixes em decomposição atraiu grande quantidade de urubus e garças para comer os animais mortos sobre as pedras, que ficaram à mostra com a baixa vazão do rio. Nos últimos três anos, as garças são as habitantes mais freqüentes do Cachoeira, onde capturam com facilidade o peixe, enfraquecido pela poluição. À tarde, com um volume de água um pouco maior, a situação estava mais controlada. Mesmo assim, em alguns pontos do rio, cardumes de acari e tilápias ainda saltavam em busca de um local com mais água.
Segundo o assessor Emerson Barreto, da prefeitura local, as comportas da barragem do Rio Cachoeira ficam sempre fechadas, principalmente nos períodos mais secos, para evitar a mortandade de peixes, que acontece com freqüência no verão, porque a água poluída fica muito tempo represada.
Emerson explica que as comportas regulam a quantidade de água do rio à montante (antes da barragem) e à jusante (após a barragem), por isso fica apenas uma pequena abertura, necessária para suprir o curso do rio.
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A tarde, 07/11/2007)